Nova interdição da Arena em pauta no STJD

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Roberto, goleiro do Criciúma, encontrou o famigerado copo
próximo ao seu gol.

O Atlético mal teve tempo de comemorar as boas-novas referentes ao caso Denis Marques (veja matéria à esquerda) e já tem mais um pepino para resolver nos bastidores. Apesar da leveza da súmula redigida pelo árbitro Wagner Tardelli após a partida contra o Criciúma, o Furacão foi indiciado e volta a correr risco de perder de um a três mandos de jogos. O mérito da questão será julgado pela 4.ª Comissão Disciplinar do STJD, nesta sexta-feira.

A denúncia foi feita com base na súmula do árbitro e nas imagens de televisão, mesmo que em nenhuma das duas provas apresentadas haja uma confirmação do momento em que o copo foi atirado no gramado.

Na súmula, Tardelli escreveu na íntegra: "Aos 42 minutos da 2.ª fase me foi entregue pelo goleiro da equipe do Criciúma um copo vazio de plástico de 500 ml. Acrescento que não observei se tal objeto foi arremessado, atirado ou apenas encontrado, como diz ele (o goleiro), próximo ou dentro de campo". No corpo do documento, Tardelli classificou como boas a segurança, o policiamento, as condições do estádio, a conduta dos atletas, à exceção das advertências, a conduta dos dirigentes e o que é mais importante, a conduta do público.

Ontem à tarde, corria na CBF a informação de que Zveiter estaria de posse de fitas de quatro jogos – um deles, era uma incógnita. Provavelmente, foi com base nessa fita que foi feita a denúncia. Entretanto, no fechamento dos trabalhos do STJD, nada havia de oficial sobre a denúncia. Ela só foi confirmada à Tribuna às 21h30 pelo representante da Federação Paranaense de Futebol, Domingos Moro, que em contato com uma fonte direta de Zveiter confirmou a denúnica. "O presidente Zveiter, foi localizado em um jantar e confirmou a denúncia. E deixou escapar que pode sobrar algo também para o Santos", disse Moro. Agora, resta ao Rubro-Negro se defender. Além da súmula, existe como atenuante a prisão dos torcedores que teriam atirado o copo no gramado, mesmo que eles não assumam a culpa. Vale lembrar que o clube é reincidente, já que foi punido devido a incidentes registrados no jogo contra o Atlético Mineiro. O Furacão cumpriu um jogo apenas da pena de dois, já que no julgamento do recurso impetrado, o clube foi absolvido.

Denis e o Atlético estão tranqüilos

A tranqüilidade no semblante do atacante Denis Marques não é forçada. O jogador não se importou por ter virado manchetes de jornais de todo o Brasil em função de fatores extra-campo. De norte a sul do Brasil, comentava-se que o Atlético poderia perder 60 pontos em função das dez partida em que Denis atuou, o que rebaixaria o líder. "Sei que estou regular. Por isso não me preocupo, só quero jogar."

As manchetes sensacionalistas vieram após o pronunciamento do presidente do STJD, Luiz Zveiter. Na última segunda-feira, ele informou que abriu investigação para checar a denúncia do torcedor santista Thomas Frederico Harrison, que alega irregularidade no registro do atleta.

Zveiter disse ontem, em entrevista à ESPN Brasil, que tomou uma atitude ad cautelam (preventiva) para obter informações sobre o registro do jogador e agora espera os dados, que serão analisados antes da sessão do STJD de amanhã.

Apesar do pedido oficial, o presidente do STJD já procurou saber quais as condições de jogo do atleta. "Extra-oficialmente, eu tomei conhecimento de que não haveria nenhuma irregularidade, de que esse jogador estaria jogando por força de uma liminar da Justiça comum. E se há uma liminar da Justiça comum que obriga a CBF a registrar o jogador, esse atleta tem plena condição de jogo", explicou ele na entrevista à emissora.

Curiosamente, o litígio de Denis com o Kuwait acabou afastando-o do Morumbi. Segundo o diretor do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, em declaração ao Jornal da Tarde, ele não foi aceito no clube justamente por ter sua situação tramitando na Fifa. "Levaríamos muito tempo esperando e perderíamos o prazo das inscrições." Há uma outra versão, do técnico Cuca, então treinador do Tricolor, que o veto devia-se ao fato do atleta ter se apresentado no Morumbi de bermuda e chinelos. "Não sei se teve a ver com isso. Acredito na primeira hipótese. De qualquer forma, no final das contas, tudo deu certo. Fechei com o Atlético e somos líderes", diz Denis, dando um tapa de luva no São Paulo.

Disciplina, mais um fator positivo para o Atlético

Quais os segredos de um time que quer ser campeão? Para o técnico Levir Culpi, um dos principais é a disciplina. Não é à toa que o Atlético é uma das equipes mais disciplinadas do Brasileirão.

Foram apenas quatro expulsões – o Grêmio, equipe mais violenta, teve 16. A média de cartões amarelos é de 2,6 por jogo e para o treinador poderia ser ainda melhor. "Apesar da orientação, ainda tomamos advertências desnecessárias. Mas isso tem um preço", revela o treinador.

Quando chegou ao Atlético, Culpi iniciou um trabalho de consciência emocional com o grupo e apelou para o bolso dos atletas. Quem é advertido, paga multa. "A maioria das advertências, mesmo que sejam por falta e não por reclamação, tem relação com o controle emocional. "

Talvez por isso, o meia Jádson, apesar da posição, curiosamente seja um dos atletas mais advertidos do grupo -ele tomou 10. "O Jádson está evoluindo, mas por ser muito caçado, acaba revidando. Por isso estamos trabalhando bastante para ele aprender a sair da marcação". O meia também tem alguns cartões por reclamação, de tanto que já foi derrubado pelos adversários em função da sua habilidade.

A tática do treinador de cobrar "caixinha" é seguida à risca e quem mais sofreu foram os atletas expulsos. O zagueiro Marinho, que recebeu o cartão vermelho contra o Flamengo, perdeu o bicho da partida. "Está todo mundo esperto. Mas naquele jogo, em especial, rolou uma confusão com o Fernandinho, fui defendê-lo e acabei expulso", lembra o jogador.

O aspecto mais positivo da regularidade disciplinar da equipe certamente está relacionado a manutenção da equipe titular. No domingo, contra o Grêmio, será a segunda rodada seguida que o treinador tem todos os titulares. "Só teremos isso em função da disciplina. No último jogo, contra a Ponte Preta, não recebemos nenhum cartão", comemora o técnico, já que o Rubro-Negro tem alguns jogadores pendurados.

Uma coisa leva a outra. Podendo manter o mesmo time, a equipe ganha em conjunto e com as peças bem encaixadas, o trabalho de marcação fica mais fácil e eficiente. "Cada um sabe certinho o que fazer. Se passa da minha área, sei que outro companheiro vai para o adversário, sem que eu tenha que fazer falta", diz Marinho, que, apesar de ser zagueiro, tomou apenas 7 cartões amarelos.

Jorge Henrique, primeiro reforço

Concentrados na busca pelo bicampeonato, a lei do silêncio impera na Baixada quando o assunto é mudança de elenco. Assim como propostas aos jogadores atleticanos são negadas, prováveis contratações vão na mesma esteira.

No entanto, apesar do mistério, uma delas é praticamente certa. Pelo menos em Pernambuco, onde estava jogando o atacante Jorge Henrique. O presidente do Náutico, Ricardo Valois, confirmou o interesse do Rubro-Negro no atleta. "Tivemos uma conversa preliminar com o presidente Petraglia, com quem mantenho uma boa relação. Ficamos de conversar mais adiante, mas há o interesse", disse.

E não é de pouco tempo o interesse do Furacão. Nos bastidores, circula a informação de que Jorge Henrique teria passado um curto período treinando no CT do Caju. Foi um pouco depois do dia 24 de agosto, quando ele sumiu dos Aflitos, por orientação de empresários. A intenção do jogador era tentar na justiça obter os direitos federativos. Entretanto, como os advogados não conseguiram provar atraso em salário ou FGTS, ele teve que voltar atrás, pedir perdão à diretoria e tornar a defender a equipe. "Ele ficou longe por um período, mas não sei dizer se esteve em Curitiba", diz Valois.

Com contrato até dezembro de 2005, o jogador de 22 anos é tido como uma das grandes revelações do Alvirrubro. Natural de Rezende (RJ), ele chegou ao Náutico em 1999, para a categoria de juniores. Habilidoso, logo se profissionalizou e virou objeto de lucro para o Náutico, que além da proposta do Atlético foi sondado pelo São Caetano, pelo São Paulo e pelo Cruzeiro. Com dificuldades financeiras, a intenção do clube é negociá-lo envolvendo dinheiro. Mas Valois não nega que poderia envolver atletas na transação. "Para formar elenco, seria interessante". Nos bastidores, comenta-se que o zagueiro Ígor e os meias Rodriguinho, Willian e Fabrício poderiam fazer parte do negócio.

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