Sem complexo de inferioridade e pensando grande. É assim que o Atlético vai encarar todos os seus adversários nas rodadas seguintes do Brasileirão. A certeza foi dada por Mário Sérgio, na sua estréia como técnico do Rubro-Negro, após a goleada por 5 a 0 diante do lanterna Ipatinga, na Arena.
O treinador adotou um discurso totalmente voltado à valorização de seus jogadores, bem diferente do antecessor Roberto Fernandes, que normalmente colocava a culpa das más apresentações na conta dos atletas, reclamando da ausência de alguns por contusão e clamando pela contratação de reforços. Tais declarações, inclusive, foram motivos de desgaste do comandante pernambucano.
Com essa política positivista, Mário Sérgio ganhou os atletas, tanto que após o jogo de sábado, todos falaram sobre a mudança de ambiente no clube.
Sabedoria
A experiência do treinador foi notada em pequenos detalhes, mas que fazem diferença no mundo da bola. Exemplo foi a substituição de Pedro Oldoni. Sabedor do momento difícil que o atleta passava perante a torcida, Mário fez questão de trocá-lo após os três gols para que o camisa 9 fosse ovacionado pela galera. E essa força vinda da arquibancada aumenta a auto-estima de qualquer um. O treinador também conversou muito com os jogadores e deu espaço a todos para falar sobre esquema de jogo e problemas. “Eles estavam propensos a ouvir. Sou parceiro, sou igual e tento facilitar a vida de todo mundo”, resumiu Mário Sérgio, explicando o sucesso obtido em tão pouco tempo de treinamento.
Confiança
A valorização do grupo foi tamanha que o técnico descartou a contratação de reforços apostando no potencial de quem está ralando no CT do Caju. “Só vim para o Atlético porque eu conhecia o potencial do elenco. Não pedi nenhum reforço. Vamos com esse time até o final. Tenho certeza que rapidamente vamos sair dessa situação perigosa”, afirmou.
A declaração chama atenção já que Roberto Fernandes, em sua despedida, disse que se o Atlético não buscasse jogadores de mais qualidade não conseguiria se recuperar no Brasileirão. E desafiou treinadores a recuperar o Furacão com os jogadores que dispunha no momento. Mário Sérgio chegou e com um elenco ainda mais reduzido – já que não conta com a presença de seis atletas que estão se recuperando no departamento médico e outros dois (Pimba e Douglas Maia) que servem a seleção sub-19 – fez o dever de casa. Agora resta saber se o time terá forças fora da Arena, que é o verdadeiro tormento atleticano na competição. Em nove jogos, foram oito derrotas e apenas uma vitória.
O próximo desafio servirá de parâmetro para o treinador conhecer a potencialidade do elenco, pois o Furacão enfrentará o São Paulo, no Morumbi, na quarta-feira.