Marcelinho, o veterano ?novato?

Rio – Ele já disputou todas as competições que existem no vôlei, inclusive os Jogos Olímpicos de Sydney/2000. Mas ainda não tem no currículo uma edição do campeonato mundial.

Esta lacuna na carreira do levantador Marcelinho está perto de ser preenchida no dia 17 de novembro, quando começa o mundial, no Japão. Ele garante que nunca perdeu a esperança de jogar uma das competições mais importantes do calendário do vôlei internacional, que só é realizada de quatro em quatro anos.

?Quando você está na seleção há muito tempo, nunca pensa que não disputará a competição. O que eu sempre pensei é que quando tivesse a chance faria o meu melhor. Em 1998 e 2002, eu estava no grupo, mas não fui à competição. Ano que vem completo dez anos de seleção. Já disputei Olimpíadas e todos os campeonatos. Só falta mesmo o mundial?, confirma Marcelinho, que completa 32 anos no dia 9 de novembro.

Para o jogador, o segredo é encarar o mundial como um campeonato a mais, apesar de reconhecer a sua importância. ?Já sou bastante experiente, não tenho aquela coisa de um jovem que está começando. Encaro o mundial como outro campeonato normal. A diferença é que é um título que não tenho?, lembra.

Em 1998, Marcelinho estava no grupo que treinava para o mundial, sob o comando do técnico Radamés Lattari, mas sofreu uma contusão no joelho. O Brasil foi representado pelos levantadores Maurício e Ricardinho. Quatro anos depois, já sob o comando de Bernardinho, Marcelinho acabou ficando de fora por critério técnico. ?Acompanhei o mundial de 2002 e a vitória do Brasil foi espetacular. Em 98, também fez uma boa campanha, ficou em quarto lugar?.

A sensação de ser campeão mundial, no entanto, não é nova para Marcelinho. Em 1993, ele conquistou este título, só que pela seleção juvenil. ?O mundial adulto nem se compara ao juvenil. Aquele campeonato foi importantíssimo porque era o início da carreira, foi onde despontei para o vôlei. Mas o mundial adulto é o título mais importante depois dos Jogos Olímpicos. É a realização de uma carreira inteira?, afirma.

Marcelinho é um dos três levantadores convocados para os períodos de treinamento visando o mundial. Os outros dois são Bruno Rezende e Ricardinho. Também estão treinando no Centro de Desenvolvimento do Voleibol -Saquarema (RJ) os opostos Anderson, André Nascimento e Leandro; os pontas Dante, Giba, Minuzzi, Murilo e Samuel; os meios-de-rede André Heller, Gustavo, Rodrigão e Sidão; e o líbero Escadinha.

Meninas vencem o Japão de novo

Tóquio – No último amistoso de preparação para o Campeonato Mundial Feminino de Vôlei, que será no Japão e começa na terça-feira, o Brasil venceu a seleção japonesa ontem, em Tóquio. Como os técnicos combinaram disputar cinco sets, independente do placar, o jogo acabou 4 a 1 para as brasileiras, com parciais de 25/17, 25/20, 21/25, 25/15 e 15/10.

Em busca do seu primeiro título mundial no vôlei feminino, o Brasil estréia terça-feira no campeonato, contra Porto Rico, na cidade de Kobe – o jogo será às 2h (horário de Brasília). Também pelo grupo C a seleção brasileira irá enfrentar Holanda, Estados Unidos, Cazaquistão e Camarões.

A vitória de ontem foi a segunda do Brasil nos dois amistosos disputados contra as japonesas – também fez 4 sets a 1 na quarta. ?As meninas melhoram a cada dia. Gostei do treino de hoje com o Japão. É sempre bom jogar com as japonesas, pela velocidade que elas impõem?, disse o técnico José Roberto Guimarães.

Nos dois amistosos, o Brasil começou com o mesmo time, o que indica a base titular para o mundial. As jogadoras escolhidas foram Fofão, Sheilla, Mari, Jaqueline, Walewska, Fabiana e a líbero Fabi, mas Zé Roberto garante que isso não importa muito. ?Essa é uma competição muito desgastante e preciso contar com as 12 o tempo todo. Certamente mudarei o time em vários jogos para não sobrecarregar ninguém. Tenho que ter 12 jogadoras prontas e é nisso que estamos trabalhando?, explicou o treinador.

São sete estreantes na seleção feminina

Rio – Das 12 jogadoras que defenderão o Brasil no campeonato mundial Feminino de Vôlei, sete jamais disputaram uma competição desse porte na categoria adulta. Mas isso não é problema para Carol, Renatinha, Jaqueline, Mari, Fabiana, a experiente Walewska e Carol Gattaz. Pelo contrário. Todas falam com emoção dessa primeira vez e concordam em um ponto a motivação é muito maior.

No caso da meio-de-rede Walewska, de 27 anos, a ansiedade é deixada de lado. Com farta experiência na bagagem, a central comemora a ótima fase na carreira. ?Disputar um mundial dá uma motivação a mais. É o meu primeiro mundial e talvez até seja o último, mas estou vibrando, pois depois de Pequim não devo jogar mais na seleção. Tenho planos de jogar só em clubes, pois quero engravidar?, prevê.

Já a levantadora Carol, que foi vice-campeã mundial juvenil, garante que o friozinho na barriga está lá. ?Me sinto ansiosa. Treinamos o ano inteiro pensando nisso. Pensando em chegarmos bem no mundial. Por ser o meu primeiro no adulto, a expectativa é muito grande. Tenho que controlar um pouco a ansiedade. Esses jogos durante o treino com o Japão ajudam muito, ganhamos ritmo e ajustamos o que falta?.

Outras duas que jamais disputaram mundiais de qualquer categoria são a oposto Renatinha e a ponta Mari. ?Não disputei nem mundial das categorias de base. A sensação de estar aqui é ótima. Estou muito feliz, mas centrada, pois sei que todos os times que estão aqui querem ganhar?, diz Renatinha.

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