Liminar garante disputa nas urnas no Furacão

Todos os candidatos formaram, em determinados momentos dos últimos 13 anos, na cúpula que administrou – e administra – o Atlético. Até por isso, o tom da campanha, até a última 5.ª-feira, era respeitoso.

Os candidatos trocaram telefonemas e desejaram sorte uns aos outros. Mas uma nota divulgada no site da oposição provocou a cisão. A citação do nome do filho de Marcos Malucelli, o também advogado Eduardo, deixou o candidato da situação furioso, indo cobrar de José Henrique de Faria no estúdio da rádio Banda B. A nota foi retirada, mas a harmonia acabou. “Minha amizade de 40 anos com ele (Nelson Fanaya) acabou. Não vou cumprimentá-lo”, atirou Malucelli.

Depois, foi a vez da oposição atacar, desde o momento em que a Junta Eleitoral impugnou o registro da “Mais Futebol”. Acusaram a Junta e a atual diretoria de impedir o acesso às informações sobre os sócios. Foram dois dias de luta, para garantir a participação na eleição de hoje.

Faria e Fanaya só tiveram a confirmação na noite de sábado, com uma liminar do Tribunal de Justiça do Paraná. Como o Judiciário não trabalha hoje (é o Dia da Justiça), a eleição sai mesmo e a decisão, caso a oposição vença, fica sub-judice.

Com isso, confirmou-se o “bate-chapa” pela primeira vez na história do clube. E também, até segunda ordem, termina a “era Petraglia”, já que ele garante que não vai ocupar nenhum cargo nos próximos três anos -mesmo apoiando a chapa da situação e com a confirmação dos candidatos que ele será convidado a compor a diretoria.

Ambas as chapas apresentam propostas semelhantes. Querem melhora no futebol, mais revelações, menos parcerias, mais valorização do Atlético. E querem abrir o clube, permitir que os sócios, torcedores e a imprensa se aproximem (ou reaproximem) do Furacão. Se os candidatos eleitos conseguirem atingir tais objetivos, o Atlético, sim, será o grande vencedor desta eleição.