Atual campeão olímpico dos 100 metros rasos, o norte-americano Justin Gatlin não poderá defender seu título na Olimpíada de Pequim, em agosto. Condenado por doping, ele tentou uma redução da pena, mas a Corte Arbitral do Esporte (CAS) negou seu pedido e manteve a suspensão de quatro anos – assim, ele só pode voltar a competir em julho de 2010.
Nos Jogos de Atenas, em 2004, Gatlin ganhou a medalha de ouro nos 100 metros rasos. Dois anos depois, ele chegou a dividir o recorde mundial da prova com o jamaicano Asafa Powell, ao fazer o tempo de 9s77 – hoje, a melhor marca é do também jamaicano Usain Bolt, com 9s72. Mas o doping acabou manchando sua carreira.
Em abril de 2006, um exame antidoping detectou excesso de testosterona no organismo de Gatlin. Por ser um segundo caso de doping em sua carreira, ele deveria ser banido definitivamente do esporte, mas a punição foi de oito anos de suspensão, diante das condições especiais da condenação anterior – em 2001, ele foi flagrado nos testes, mas comprovou que tomava remédios especiais e, ao invés dos tradicionais dois anos de pena, pegou apenas um na época.
Essa punição de oito anos, no entanto, já tinha sido revertida para quatro anos em janeiro, durante julgamento no CAS. Mas Gatlin tentou novo recurso, pedindo que a primeira punição por doping fosse desconsiderada completamente, o que faria com que a atual tivesse um período máximo de dois anos de afastamento.
O julgamento do recurso, inclusive, foi antecipado para que Gatlin pudesse participar das seletivas de atletismo dos Estados Unidos, no final do mês, quando será formada a equipe olímpica do país. Mas o CAS não concordou com os argumentos do atleta norte-americano e manteve a punição de quatro anos.
Aos 26 anos, Gatlin promete continuar lutando para competir na Olimpíada de Pequim e fala até em apelar à Justiça comum. Mas, como dificilmente terá sucesso, ele já pensa em seguir carreira em outro esporte: o futebol americano – participou recentemente de treinamentos em equipes dos Estados Unidos.