Jogão com a marca “Atletiba”

Foi um Atletiba digno de entrar para a história dos confrontos entre rubro-negros e alviverdes. Nervosismo, catimba e lances duvidosos. Ingredientes que fizeram do clássico um jogão de bola para fechar o campeonato paranaense e para coroar a maior ousadia, a raça e a superação do Coritiba. O clube do Alto da Glória conseguiu empatar com o Atlético por 3 a 3, ontem, e garantir mais uma conquista para o seu currículo. Melhor do que isso, com o resultado, o Coxa garantiu o bicampeonato e deu, pela primeira vez, uma volta olímpica na Arena da Baixada.

Após as provocações durante a semana, as críticas contra a arbitragem, a partida começou quente. Os atacantes Washington e Aristizábal trocaram sopapos, mas o árbitro Marcos Tadeu da Silva Mafra fez vistas grossas. Essa seria apenas uma amostra do que viria pela frente, mas entre um pegada mais forte e outra, os dois times mostraram futebol de final de campeonato. As torcida também participaram do espetáculo e cada uma gritava do seu espaço. A cada gol, uma vibração de um lado do estádio. A moderna Arena chegou até a tremer.

No campo, quem precisava da vitória era o Atlético, que foi para cima pressionar o goleiro Fernando. A tática deixou a defesa aberta para o contra-ataque alviverde. O lateral-direito Jucemar aproveitou a brecha e arriscou de fora da área. O goleiro Diego tentou, mas não conseguiu evitar a abertura do placar. A desvantagem não afetou o time de Mário Sérgio, que continuou pressionando e buscando o gol e a virada.

A vantagem chegou rápido e na sequência. Duas jogadas de bola parada. No empate, Jádson cobrou escanteio rasteiro e o zagueiro Rogério Correia aproveitou a sobra para colocar para as redes. Três minutos depois, foi a vez do próprio Jádson cobrar falta e correr para comemorar. Deu pane na defesa alviverde e todo mundo ficou vendo a banda passar. A resposta não demorou e viria com o herói da partida. Após uma brilhante jogada do lateral-esquerdo Adriano, que foi à linha de fundo e cruzou, Tuta teve apenas o trabalho de estufar a rede atleticana, livre de marcação.

Na sequência, Adriano se machucou e foi substituído. Depois, Tuta ainda teve a oportunidade de deixar o Coritiba à frente, mas quem chegou ao terceiro gol primeiro foi o Rubro-Negro. Novamente, o meia Jádson cobrou falta e, desta vez, o zagueiro Ígor cabeceou para deixar o Furacão em vantagem, já nos acréscimos do árbitro. “Temos que tomar cuidado. O jogo não está ganho”, disse o jogador no intervalo. Ele tinha razão. O jogo estava equilibrado e qualquer uma das duas equipes poderia conquistar o caneco. Principalmente pelo nervosismo e pelas reclamações. “Ele (o árbitro) está arrumando faltinhas”, criticou o zagueiro Reginaldo Nascimento.

Na volta do intervalo, a expectativa ficou por conta da substituição do atacante Washington, que vinha mostrando não estar bem. Com poucos minutos, Washington sentiu e foi trocado por Dagoberto. A mudança não rendeu o esperado e o poder ofensivo atleticano foi ficando cada vez menor. Até Mário Sérgio ajudou o adversário e tirou Jádson, o cérebro do time, para colocar André Luís, que pouco produziu. A torcida não perdoou o treinador e gritou “burro, burro”.

Para piorar, o gol de empate saiu logo em seguida, através de Tuta. O meia Rodrigo Batata cobrou escanteio com perfeição e o artilheiro escorou para empatar e pedir silêncio para a torcida atleticana. O desespero bateu no time atleticano e poucas jogadas de perigo foram criadas. Até o goleiro Diego foi para a área adversária, mas o Coritiba conseguiu segurar o resultado e garantir o bicampeonato em plena Arena da Baixada.

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