Já no Brasil, Taiti tem como objetivo levar poucos gols

“Vamos jogar com muita pressão no ataque, como o Brasil”. A frase poderia parecer até uma ameaça para as demais seleções que vão disputar a Copa das Confederações a partir do próximo dia 15, se não tivesse partido de Eddy Etaeta. Técnico da seleção do Taiti, considerada a maior zebra da competição, o próprio Etaeta admitiu que fez “uma piada” em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, em Belo Horizonte, e, já sério, afirmou que a principal estratégia do grupo será “levar menos gols”.

“Devemos ficar na defesa a maior parte do tempo para levarmos menos gols. Mas vamos fazer (gols) também”, declarou o treinador. Ele salientou, porém, que, apesar de a seleção ser composta quase toda por jogadores amadores – há professores, entregadores, “muitos desempregados” e até um alpinista -, o time está disposto a mostrar serviço em campo e não veio ao Brasil a passeio. “Não pensamos em fazer turismo. Somos amadores, mas temos uma atitude de equipe profissional, mantemos o foco”, garantiu.

A seleção taitiana foi a primeira estrangeira a desembarcar no País para a Copa das Confederações – desembarcou em Belo Horizonte no início da madrugada desta sexta – e a equipe ficou impressionada com a paixão dos brasileiros pelo esporte. “É espetacular. No Taiti, a mídia não fala sobre futebol”, observou o atacante Steevy Chong-Hue, após assistir a um programa esportivo na TV.

SONHO – Chong-Hue afirmou que o maior desejo do grupo era enfrentar Neymar. O atleta ainda brincou em relação a uma certa semelhança física que tem com o brasileiro. “Jogo com velocidade. Meu estilo é parecido com o do Neymar, mas com menos técnica”, declarou, entre gargalhadas de todos presentes no local, incluindo o próprio taitiano.

E, como a possibilidade de o Taiti enfrentar o Brasil é pequena por estarem em chaves diferentes, Chong-Hue disse que já será a realização de um sonho jogar contra outros ídolos do grupo, como os integrantes da seleção da Espanha. “É um sonho se tornando realidade”, disse, referindo-se ao confronto que terão contra jogadores como Xavi e Iniesta.

O atacante taitiano, que trabalha também como operador de telefonia móvel e revelou que a maior parte do grupo teve que tirar férias nos empregos para poder se preparar e viajar para participar da competição no Brasil, ressaltou ainda que, como o time não tem grandes pretensões, veio com o objetivo apenas de “jogar futebol” e mostrar os “valores do esporte”. “Não temos nada a perder”, observou. E disse que seria “um sonho” conseguir um time profissional para atuar após o torneio.