Guga passou fácil por Gaudio

Gustavo Kuerten fez o melhor jogo desta temporada européia de saibro, ao confirmar a vitória sobre o argentino Gaston Gaudio por 3 a 1 – 7/6 (7/1), 7/5, 5/7 e 6/3 – em partida que havia sido interropida, por falta de luz natural, no sábado. Com mais este bom resultado, Guga passou para as oitavas-de-final do torneio e conseguiu mais ainda: colocou-se na lista de candidatos ao título de Roland Garros 2003.

Com a raquete, enfim, afinada nesta temporada de saibro, Guga desafia hoje o espanhol Tommy Robredo, que teve como maior virtude neste torneio tirar Lleyton Hewitt da disputa do título. O jogo será na Suzanne Lenglen, agora a quadra mais querida do brasileiro. “Já fiz dois jogos nela e está me dando sorte.” A partida deve começar por volta das 10h, de Brasília, e será jogada depois do encontro entre Juan Carlos Ferrero e Felix Mantilla.

“Estou muito feliz com meu jogo”, avaliou Guga. “Acho que finalmente estou no ponto que queria, com meus golpes bem seguros e, é claro, que a direita cresceu bastante, aumentando ainda mais a minha confiança. O que preciso daqui para frente é entrar tranqüilo e buscar o meu melhor.”

Para o duelo de amanhã com Robredo, Guga leva a vantagem de já ter vencido o único jogo que fizeram, em 2001 em Suttugart, marcando 6/4 e 6/1. Mas, comedido, o tenista brasileiro prefere falar em equilíbrio. “Ele (Robredo) é um jogador perigoso e mostrou sua força ao derrotar o Hewitt. Estou esperando mais uma batalha como foi diante de Gaudio.”

Mensagem cifrada

Ao final do jogo contra Gaudio, Guga, como fazem todos os vencedores das partidas televisionadas, assina um autógrafo na câmera. Só que o brasileiro inovou e mandou uma mensagem cifrada. No lugar de seu apelido “Guga” escreveu as palavras em inglês “No spoons”. Numa tradição literal seria apenas “não colheres”. Mas para cinéfilos, o filme ?Matrix? revela que a expressão poderia muito bem significar que “nada é impossível”.

Afinal, para quem fez uma temporada européia tão instável como este ano, acreditar em mais um título de Roland Garros seria o mesmo que afirmar que nada é impossível.

Para o técnico Larri Passos, o momento revela que Guga está com seu jogo em ordem, sabendo usar muito bem o lado tático.

Em todas as partidas realizadas este ano em Roland Garros, este lado foi muito importante para mantê-lo na competição, em estilo bem diferente de 1997, quando a força de seus golpes era a sua grande arma. “Agora estou jogando de forma mais esperta” avisa Guga.

Agassi acorda Saretta de seu sonho dourado

AE

Flávio Saretta deixa Roland Garros, depois da derrota para Andre Agassi por 6/2, 6/1 e 7/5, com a certeza de ter feito o melhor torneio de sua vida. Mas, justamente, num momento tão importante da carreira viveu dias complicados, como as dores nas costas e a viagem de volta ao Brasil de seu treinador, o gaúcho João Zwetsch.

No jogo, Saretta sentiu que as dores não o permitiam sacar com a eficiência necessária para não ser dominado pelas excelentes devoluções de Agassi. Resultado, deu até um show de bola, fazendo embaixadinhas, mas não resistiu a força do norte-americano.

“Fiz o melhor que podia, mas diante de um jogador como Agassi não deu”, conformou-se Saretta, que depois da partida ouviu elogios do norte-americano e até confessou. “Ele (Agassi) disse que estou jogando bem, que devo continuar assim e fiquei até com vontade de pedir um autógrafo para ele.”

Meio sem graça, Saretta revelou que a viagem do técnico João Zwetsch de volta ao Brasil foi por problemas particulares. Não confirmou as versões de que haveria um desgaste entre ele e o treinador, uma discussão durante um jogo ou mesmo a interferência para receber medicamentos para suas dores nas costas. “Na semana que vem devo estar com o Zwetsch, vamos sentar juntos e decidir o que fazer.”

Para a partida com Agassi, Saretta recebeu instruções e aqueceu com o técnico da Copa Davis, Ricardo Acioly: “Combinamos de que daria uma mão”, disse. E o jogador também teve no seu box, o coordenador técnico de sua equipe, o ex-tenista Carlos Chabalgoity.

Enquanto isso, Andre Agassi, bem humorado na entrevista coletiva e muito contente por chegar a segunda semana do torneio apesar das dores musculares, chegou inclusive a lembrar seu primeiro título em Itaparica, ao enfrentar um brasileiro como Saretta. “Itaparica está sempre em minha memória. Lembro de todos os jogos e do prêmio de US$ 90 mil que recebi em dinheiro.

Surpresa no feminino – Venus Williams disse adeus à possibilidade de fazer uma final com sua irmã Serena, em mais um Grand Slam, como Roland Garros, ao ser surpreendida pela pouco conhecida russa Vera Zvonareva por 2/6, 6/2 e 6/4. Apesar do resultado, a tenista norte-americana não procurou justificativas.

“É sempre muito difícil perder um jogo, especialmente em um Grand Slam, mas não sei o que aconteceu, apenas não consegui colocar as bolas na quadra.” Sua irmã Serena também sofreu mais do que se esperava para superar a japonesa Ai Sugiyaman por 7/5 e 6/3, e agora irá enfrentar a francesa Amelie Mauresmo – para quem perdeu recentemente em Roma.

Mauresmo ganhou hoje de Magui Serna por 6/1 e 6/2. Em outros jogos, Justine Henin precisou de três sets para superar Patty Schnyder por 6/3, 2/6 e 6/2, enquanto a também belga Kim Clijsters sofreu um susto diante de Magdalena Maleeva ao marcar 0/6, 6/2 e 6/1.

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