Uma das maiores promessas do esporte olímpico em Curitiba pode ter um duro revés. E não é nos tatames do tae kwon do, esporte em que Rafael Takahata se destaca. E sim no habitual problema dos atletas amadores – a falta de patrocínio. Rafael tem até o final da próxima semana para conseguir a verba necessária (mais de R$ 6 mil) para disputar o Mundial Juvenil de Tae kwon do, que acontecerá no Vietnã entre 26 e 30 de julho.
Aos 16 anos, Rafael já um dos nomes mais importantes do esporte no estado, que revelou nos últimos anos a campeã mundial Natália Falavigna, e que sedia em Londrina a seleção adulta permanente. Ele já ganhou dez campeonatos estaduais de tae kwon do emm três categorias (mirim, infantil e juvenil, na qual atualmente compete) e tem cinco títulos brasileiros – é o atual campeão nacional juvenil na categoria 59 kg. Para coroar o trabalho, o atleta conquistou no início do mês, em Betim (região metropolitana de Belo Horizonte), a vaga na seletiva para o Mundial Juvenil do Vietnã.
É o resultado de onze anos de treinamento. "A influência da família me levou para o tae kwon do", conta Rafael. Seu pai, Paulo Takahata, colocou ele e o irmão mais velho para treinar o esporte em 1996 – o irmão preferiu deixar a prática, e Rafael começou a ganhar títulos. "Quanto mais você conquista, mais você quer continuar participando e tentando ganhar", confessa o atleta.
Hoje, Rafael treina três vezes por semana na academia Athenas, que fica no interior do estádio do Pinheirão. Nem mesmo os jogos (como o do Paraná, ontem, contra o Figueirense) interrompem a preparação, comandada pelo técnico Aurélio Ubirajara, o Birinha. Faixa-preta, o atleta agora sonha com a possibilidade de disputar um torneio internacional. "Seria incrível. Nunca pensei que iria viajar um dia para o Vietnã", diz.
Mas a viagem não está garantida. A Confederação Brasileira de Tae kwon do não repassará nenhuma verba para os atletas que seguirão para a Ásia. "Não sei se eles não recebem nada do Comitê Olímpico Brasileiro. Para nós, só passaram que os atletas têm que bancar a viagem", resume Paulo Takahata. Segundo o documento enviado pela CBTKD, seriam necessários R$ 6.500,00 para a viagem e R$ 150,00 para a compra do uniforme.
E, apesar do Mundial ser apenas no final de julho, o prazo está se esgotando. A CBTKD exige a confirmação no evento para o dia 2 de junho, próxima sexta-feira. "Precisamos mesmo de ajuda, de patrocínio", diz o pai e principal incentivador do atleta. Rafael Takahata torce para que a luta fora dos tatames seja tão bem-sucedida como a sua carreira – e que ela não se interrompa bruscamente. Para quem quiser ajudar o atleta, o contato pode ser feito pelo e-mail paulo.takahata@brturbo.com.br.