Empate com J. Malucelli teve sabor de vitória para o Paraná

Faltou muita coisa para o Paraná Clube na noite de ontem no Pinheirão.

A principal conclusão tirada no empate em 1×1 com o J. Malucelli foi que o Tricolor ainda precisa de algumas peças para correr atrás do bicampeonato paranaense e da vaga na segunda fase da Libertadores. A duas semanas do confronto com o Cobreloa, o rendimento da equipe deixou dúvidas, mesmo que se compreenda que o elenco ainda não está na plenitude física e o técnico Zetti não conseguiu implementar seu estilo de jogo.

O Paraná entrou em campo com sete novidades -incluindo o retorno de Neguete e Serginho, após longo tempo, e as ?reestréias? de Parral e Zumbi no time titular. Vandinho ganhou a vaga no ataque, e as observações de Zetti se completaram com as entradas de Serginho e Joelson. Os principais destaques da vitória sobre o Iraty – Alex e Henrique – saíram da equipe para se recuperarem fisicamente.

O problema foi a faltade público. O sempre complicado clima curitibano, que mesmo com dia de calor (como ontem) teve seus momentos de frio – ainda mais na região do Tarumã -, ajudou a afastar o torcedor. Isso sem contar a transmissão direta pela televisão.

Quem encararia um Pinheirão com frio, com o jogo passando na TV?

E ainda com um futebol mixuruca como o apresentado no primeiro tempo pelo Paraná. O atual campeão paranaense foi colocado ?na roda? pelo J. Malucelli, que entrou em campo com um esquema cauteloso, com três volantes. Com a má atuação de Parral e principalmente Digão, e o desentrosamento entre Neguete e João Paulo, a defesa tricolor foi pressionada por quase trinta minutos.

O Caçula teve ao menos oito chances reais de abrir o placar – e só não abriu porque Flávio demonstrou estar em ótima forma.

O Tricolor chutou pela primeira vez a gol somente aos 36 minutos, e teve sua grande chance com Zumbi, que na pequena área chutou em cima do goleiro Luís Gustavo. Ficou claro que o time sentiu a falta de entrosamento. ?É difícil, mas temos que colocar nossa técnica. Ela pode ajudar?, resumiu Zetti.

Mas pouca coisa mudou na segunda etapa. Zumbi teve outra chance incrível logo a um minuto, mas sete minutos depois Gustavo, que ganhou todas pelo alto, cabeceou livre e marcou o gol do Jotinha.

O Paraná se descontrolou, e os poucos destaques do time desapareceram. Zetti tentou de tudo, chegou até a sacar um lateral (Parral) para colocar um centroavante (Jeff).

Parecia que nada mais iria acontecer, mas o Tricolor chegou ao empate exatamente com o jogador-símbolo da arriscada iniciativa do treinador. Aos 38 minutos, Jeff cruzou e Lima, que também entrou no segundo tempo, chutou de primeira, deixando tudo igual. Naquele momento, pelas dificuldades paranistas em campo, o 1×1 era um bom resultado – e ficou melhor ainda quando Cassiano, aos 44, perdeu um gol inacreditável na cara do goleiro Flávio.

Zetti mostrou que tem estrela

É certo que o Paraná ficou devendo na partida de ontem contra o J. Malucelli. Mas, mesmo assim, ficou claro que o técnico Zetti tem ?estrela?. Das alterações dele saíram os dois jogadores que protagonizaram o gol de empate no Pinheirão – e o 1×1 ficou de bom tamanho por causa da participação de Gérson, Jeff e Lima, que marcou pela primeira vez com a camisa tricolor.

Gérson e Lima entraram aos 11 minutos do segundo tempo, após a abertura de placar pelo Caçula, ocupando as vagas dos apagados Felipe Alves e Vandinho. E Jeff foi a ?tacada? de Zetti, quando tudo parecia perdido – saiu Parral, outro que ficou devendo.

A sorte mostrou realmente estar do lado do técnico. Foi com a trinca que o Tricolor salvou uma partida complicadíssima. ?Fiquei feliz de receber esta oportunidade e quero mostrar que tenho condições de ajudar o Paraná?, disse Gérson. ?Eu preciso jogar e mostrar serviço. Fiz o gol e estou muito satisfeito?, completou Lima, que começou nas divisões de base do Tricolor, mas é egresso do J. Malucelli.

CAMPEONATO PARANAENSE
Súmula
Local: Pinheirão
Árbitro: Sandro Schmidt
Assistentes: José Amilton Pontarolo e Sirlei Piva
Gols: Gustavo 8 e Lima 38 do 2º
Cartões amarelos: Gustavo, Fabinho (JMA); Parral, Digão (PR)
Renda e público: não divulgados

J. MALUCELLI 1×1 PARANÁ CLUBE

J. Malucelli
Luiz Gustavo; Cassiano, Gustavo, Elton e Fabinho; Refferson, Chimba, Everton César, Alemão e Diogo (Lucas); André Nunes (Jéferson). Técnico: Ricardo Pinto

Paraná
Flávio; Parral (Jeff), João Paulo, Neguete e Digão; Xaves, Serginho, Felipe Alves (Gérson) e Joelson; Vandinho (Lima) e Zumbi. Técnico: Zetti

Dinélson tudo certo. Júlio Santos ainda não

Irapitan Costa

O oitavo reforço do Paraná Clube foi apresentado no final da tarde de ontem.

O meia Dinélson chega com a missão de comandar o meio-de-campo tricolor na Libertadores e no Paranaense. Depois de surgir aos 17 anos como uma das grandes promessas do futebol brasileiro, o armador busca a volta por cima em sua carreira, três anos depois. ?Estou fazendo uma aposta em mim e no Paraná?, disse Dinélson. Nessa ?aposta?, o jogador aceitou até uma significativa redução salarial, tudo para recolocar seu nome em evidência na mídia nacional.

Já a outra contratação – o zagueiro Júlio Santos – só terá uma definição na manhã de hoje. O atleta passou por uma cirurgia de ligamento cruzado, no joelho esquerdo, há quase cinco meses. ?Meu médico, Joaquim Grava, disse que já estou liberado?, comentou o jogador. Só que diante do quadro, o departamento de futebol convocou uma junta médica para a avaliação definitiva.

O médico Júnio Chequim, que avaliou o atleta ontem, acredita que Júlio Santos precisaria de mais três meses de recuperação, o que poderia inviabilizar a transação.

?Vamos resolver isso em conjunto, com a participação dos médicos e dos preparadores físicos?, explicou o vice de futebol José Domingos. ?Não podemos investir em um atleta agora, se só pudermos utilizá-lo no Brasileiro?, disse. Júlio Santos acredita que não precisaria de todo esse tempo. Após essa nova avaliação – inclusive com um contato com Grava – é que a diretoria definirá se acerta contrato com o jogador ou não. Júlio Santos seria uma peça importante, na avaliação de Zetti, por atuar como líbero e ter experiência em Libertadores. No ano passado, com o Goiás, chegou às oitavas-de-final e a zaga tomou só cinco gols em dez jogos disputados.

Dinélson não tem essa experiência na competição continental, mas já atuou pelo Corinthians na Copa Sul-Americana, em 2005. ?Fomos até as quartas-de-final. Tudo bem que não é o mesmo nível de competição. Mas, já conheço bem como é jogar frente a outros clubes sul-americanos?, comentou. Dinélson participou de todos os testes de avaliação física no Corinthians e garante que agora só precisa de ritmo de jogo. ?O mais importante é que estou chegando num início de temporada, com contrato de um ano para mostrar meu futebol?, disse.

Voltar ao topo