Diretor de futebol do Athletico, Paulo André se manifestou. Não da forma que deveria, em uma entrevista – inclusive ele passou reto dos repórteres em Brasília quando chamado após a derrota na Supercopa do Brasil. Foi no Facebook, uma manifestação em tom de desabafo depois das críticas que recebeu pela falta de participação do clube no mercado.

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No seu texto, Paulo André tenta unir o ex-jogador que pensa no todo com o diretor que precisa defender o discurso do clube. E ninguém iria imaginar que, como cartola, ele iria contra o que Mário Celso Petraglia pensa. “Acredito no projeto e no modelo de negócio do clube que é o que mais cresce na América do Sul nos últimos 25 anos. Esse é o modelo de gestão que deu certo e que eu acredito”, disse ele, usando o exato recorte da ‘era Petraglia’.

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O dirigente tenta justificar o fato de que 12 jogadores deixaram o clube (“Cinco titulares e sete que eram usados sempre”, como resumiu o técnico Dorival Júnior) e apenas quatro foram contratados. Isso sem contar essa história maluca sobre Rony. E principalmente se defende da falta de ação do Athletico para repor peças decisivas – a lateral-direita, o meio-campo, o comando do ataque.

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Por mais que se concorde que não é o caso de o Furacão sair gastando a torto e a direito, também não é o caso de fechar a torneira. Usando outra manifestação de Paulo André, no podcast do próprio clube, se o objetivo rubro-negro é se manter onde chegou, então é preciso criar meios para que isso aconteça. E pra estar sempre bem no futebol, é preciso ter elenco forte. E o Athletico se enfraqueceu do ano passado para cá.

É Paulo André mesmo?

Em alguns trechos, nem parece Paulo André falando, e sim Petraglia: “Essa é a falácia do futebol, responsável por quebrar quase todos os clubes do país e tornar o futebol brasileiro um deserto de ideias e de visão de futuro” e “Nós não traremos jogadores pagando 400, 500 mil reais de salário apenas para nos protegermos da opinião de terceiros. Isso é de uma estupidez sem tamanho para o clube e para a continuidade do projeto”.

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Que Paulo André não escute então a opinião de terceiros – no caso, torcedores e imprensa. Mas também não ouça só Petraglia. Converse mais com Dorival Júnior, que ainda acredita na promessa que Rony vai ficar, como a Nadja Mauad contou. Converse com os membros da comissão técnica, que têm certeza que um centroavante vai chegar. Converse com os jogadores, que admitem que o time ficou mais fraco. O Athletico ainda não é de uma só pessoa, é grande demais para ficar só no discurso.

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