Paraná x Ponte Preta: vitória tricolor, com luta e dedicação

Paraná x Ponte Preta
Renan Bressan fez o gol de abertura do placar em Paraná x Ponte. E depois saiu lesionado. Foto: Albari Rosa/Foto Digital

Paraná x Ponte Preta, nesta terça-feira (1), na Vila Capanema, pode ser dividido em antes e depois da lesão de Renan Bressan. Enquanto o camisa 10 esteve em campo, o Tricolor foi agressivo, buscou o ataque e fez seu gol. Após a saída por lesão, a equipe sofreu para criar e só conseguiu pressionar nos minutos finais. Mas houve luta, houve disposição, e o prêmio para a garra paranista foi a vitória no finalzinho por 2×1, com a providencial ajuda do zagueiro campineiro Luizão.

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Nas contas da Série B, o resultado é espetacular. Firme no G4 com 14 pontos, o Paraná Clube continua entre os melhores da competição. E a entrega, principalmente no segundo tempo, ajudou a suprir a ausência de Bressan, situação que deverá se repetir nos confrontos com o Figueirense e com o América-MG de Lisca.

Paraná x Ponte: As escalações

Allan Aal deve ter recebido um aviso da preparação física, e por isso optou por tirar Andrey e Gabriel Pires do time titular. Os dois jogadores, por conta da função tática que realizam, se desgastam muito. Eles precisam voltar com os laterais adversários, fechar a linha de meio-campo e sair para o ataque – pela extrema ou por dentro – com obrigação de criar e finalizar. Então, não é mole. E fazia sentido eles serem preservados.

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A surpresa estava nas escalações de Marcelo e Guilherme Biteco. O primeiro voltou a ser utilizado recentemente, após um período como titular antes da parada do futebol. E o segundo, xodó da torcida, iniciaria um jogo depois de dois anos. Biteco lutou muito para retornar, depois de lesões e cirurgias. Em forma, pode ser muito útil ao Paraná Clube. Mas é preciso ter paciência com ele, não enxergá-lo como um salvador da pátria.

Guilherme Biteco divide com Ivan. O meia voltou a ser titular depois de dois anos. Foto: Albari Rosa/Foto Digital

Do lado da Ponte Preta, o destaque era o goleiro Ivan, um dos melhores do País e muito cotado para ser o camisa 1 da seleção brasileira nos Jogos Olímpicos do ano que vem, em Tóquio – se tivermos Jogos, claro. Sem Zé Roberto, diagnosticado com covid-19, a Macaca perdia poder ofensivo, e optava por um desenho mais conservador, esperando o Tricolor em seu campo.

Bola rolando

E logo o Paraná saiu na frente. Impondo pressão na saída de jogo da Ponte, com Bruno Gomes servindo Renan Bressan na entrada na área e o camisa 10 chutando de primeira. E não foi a primeira vez que ele fez isso nesta Série B – e certamente não será a última. O gol tricolor mudou o desenho do jogo. Os visitantes teriam que sair mais para o jogo, e haveria espaço para contra-atacar.

Taticamente, não havia mudança nos donos da casa. Marcelo e Biteco teriam que ajudar bastante na marcação, e até Bruno voltava para preservar Bressan. Só que uma falha da defesa paranista deixou o jogo igual. João Paulo derivou com liberdade do meio para a esquerda e cruzou nas costas de Fabrício para Matheus Peixoto empatar a partida.

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Com o 1×1, este Paraná x Ponte também ficou marcado pela dificuldade tricolor na bola alta. Apesar do bom rendimento individual dos zagueiros, os cruzamentos na área preocupam Allan. E preocupariam mais se outro erro tivesse provocado o gol da virada campineira na cabeçada de Luizão. Em contrapartida, a boa notícia era a atuação de Higor Meritão, mais participativo pelo meio.

Higor Meritão fez bom primeiro tempo. Nessa, Apodi não chegou para travar o chute. Foto: Albari Rosa/Foto Digital

Agonia e êxtase

Só que ainda com 27 minutos o Tricolor teve uma péssima notícia. Renan Bressan sentiu a coxa e saiu da partida. A entrada de Michel era uma chance para o jovem meia, mas uma grande interrogação para a sequência da partida. Mas a saída do camisa 10 pareceu tirar um pouco da iniciativa paranista. A Ponte passou a dominar a partida, trocando passes dentro do campo de ataque.

E o controle do time paulista prosseguiu no segundo tempo. Sem poder de criação, o Paraná dependeria de algum brilho individual (como a falta de Fabrício que parou em Ivan) ou de uma falha da Macaca. Michel, Marcelo e Biteco, todos com pouco ritmo de jogo, sofriam para colocar o time no ataque e obrigavam Bruno Gomes, que fazia boa partida, a vir buscar a bola no meio. Allan apostou em Karl e Andrey nos lugares de Meritão e Marcelo.

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Com as trocas, o Paraná Clube melhorou. E chegou com muito perigo com Jhony e num escanteio que gerou um bate-rebate na área da Ponte. O cansaço e a ausência do melhor jogador poderiam atrapalhar, mas não foram motivo para o time desistir. E foi assim, na arrancada de Paulo Henrique e na infelicidade de Luizão, que veio a vitória. E que vitória importante.