Otacílio Gonçalves, 80 anos: homenagem a um dos mestres do nosso futebol

Cada conversa com Otacílio Gonçalves é uma aula de futebol e de vida. Foto: Marcelo Elias/Arquivo

Neste mesmo 16 de junho em que o Maracanã é festejado pelos 70 anos de história, um grande personagem do futebol brasileiro chega aos 80 anos. Otacílio Gonçalves da Silva Júnior, o Chapinha, faz aniversário nesta terça-feira (16), e homenagear o treinador representa também lembrar de um período glorioso do futebol paranaense.

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A escola do Otacílio foi o Internacional. Aquele time tricampeão brasileiro nos anos 1970, que redefiniu o esporte no Brasil. Com Rubens Minelli e Gilberto Tim, ele aprendeu que era possível aliar a qualidade técnica ao condicionamento físico. Há muitas lendas, como aquele papo de que não podia ter jogador baixinho, mas o fato é que o Inter tinha um time extremamente técnico – Figueroa, Falcão, Jair, Lula – e que voava em campo.

Esse trabalho, que ele acompanhou de dentro, como auxiliar de preparação física, foi mantido quando ele virou treinador, a partir de 1984, e logo ganhando o título gaúcho com o Colorado. A história de Otacílio Gonçalves no futebol paranaense começa no ano seguinte. E também com título – campeão estadual em 1985 com o Athletico, naquele jogo histórico diante do Londrina na velha Baixada.

A virada de Otacílio Gonçalves

A partir daí, Otacílio não só se integra ao nosso futebol como começa a mudá-lo. Conhece um jovem preparador físico chamado Luís Carlos Neves, tão franzino que virou Carlinhos. Com ele formou uma dupla campeã por onde passou. E sempre sobrando. Em 1987, pelo Pinheiros, montou um time que jogava por música, e que atropelou os adversários. Logo depois teve sua primeira passagem pelo Coritiba.

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E se nos anos 1980 ele já brilhou por aqui, na década seguinte Otacílio Gonçalves se tornou o maior técnico da história do Paraná Clube – com meu perdão a Rubens Minelli. Foi com o Chapinha que o Tricolor venceu seu primeiro Campeonato Paranaense, em 1991, e no ano seguinte ganhou a Série B. Aquela máquina liderada em campo por João Antônio, Adoílson, Serginho, Maurílio e Saulo tinha em Otacílio o seu comandante.

Voltou para ser campeão no Paraná em 1995 e ainda teve mais duas passagens como treinador. Cada pedaço da Vila Capanema hoje tem a influência de Otacílio Gonçalves. Muito do que ele pensou segue sendo lei no Tricolor – e se os ensinamentos dele fossem mais lembrados, certamente o clube estaria numa situação melhor.

Além de ser um excelente treinador, Otacílio também é uma pessoa espetacular. Não há uma pessoa que não goste do Chapinha – do ‘professor’, mas também do cara de conversas longas e divertidas antes dos treinos ou na extensão da sua casa, o restaurante Barranco, lá em Porto Alegre. A presença de Otacílio Gonçalves modernizou o futebol paranaense. Por isso, qualquer homenagem é pouca. Viva o Chapinha!


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