Você já percebeu que aqui no blog não buscamos apenas a memória dos momentos históricos, daqueles que ninguém esquece. A ideia é também tratar de situações que estão lá na gaveta, nem tão lembradas assim. Quando o assunto foi a revista Placar, preferi recordar outros personagens que não os protagonistas de Athletico, Coritiba e Paraná. Para falar de Atletiba, o grande clássico do futebol paranaense, que acontece neste domingo (15), às 16h, no Couto Pereira, decidi separar todos – mas todos mesmo – os clássicos realizados no mês de março.
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E me surpreendi: foram apenas 23 partidas neste mês (os números completos estão no final da matéria). Talvez por não ser um período normalmente de jogos decisivos, de meio de competição, geralmente os Atletibas não são marcados em março. Tanto que alguns jogos, como os dois em 1954, foram válidos por torneios amistosos.
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Bem, vamos à história do Atletiba em março!
1950 – O primeiro Atletiba
O primeiro confronto entre Athletico e Coritiba em março precisou foi 26 anos depois do início da história do clássico. Segundo o Diário da Tarde, era o “Fla-Flu paranaense” no “Pacaembu paranaense” – no caso, o estádio Durival Britto. Foi no dia 22 de março de 1950, uma quarta-feira, às 21h, não tão cedo quanto poderíamos imaginar. Deu Furacão por 3×2, com todos os gols marcados no primeiro tempo e com destaque, segundo a imprensa da época, à má (estou sendo legal) arbitragem do sueco Josip Sphert.
1952 – A primeira vitória alviverde
Depois do triunfo do Athletico no primeiro Athletico de março, deu Coritiba no segundo. Exatos dois anos do duelo anterior – portanto, em 22 de março de 1952, um sábado à noite. Foi, segundo o relato do Diário da Tarde, uma vitória dramática para o Coxa, que teve Ivo, o “Cavalo”, como personagem. O ponta de lança alviverde fez três gols pra garantir o 3×2.
1956 – Gols a rodo
Em 10 de março de 1956 aconteceu o empate com mais gols na história do Atletiba. Jogando no estádio Orestes Thá, do Água Verde, Athletico e Coritiba ficaram no 4×4 – resultado que só havia acontecido em 1929 e depois nunca mais se repetiu. Naquele jogo estavam nomes históricos do nosso futebol: do lado rubro-negro, Boluca (sim, o nosso Boluca), Afinho (vindo do Ferroviário) e Nilo Biazzetto como treinador; no lado coxa, Hamilton, Miltinho e Ivo.
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1971 – O maior da história?
Quem viu garante que foi o maior Atletiba de todos os tempos. Numa tarde de domingo, 14 de março de 1971, com 32 mil pessoas no Belfort Duarte, o Coritiba abriu o placar com Lucas, e logo depois Nílson Borges perdeu um pênalti. Passarinho fez 2×0 e parecia que seria um passeio coxa, mas o próprio Nilson fez dois gols e deixou tudo igual. Na etapa final, Valtinho pôs o Furacão na frente e Nílson fez 4×2. Paulo Vecchio marcou o terceiro alviverde, e no finalzinho os donos da casa tiveram quatro chances seguidas de empatar, mas não conseguiram. Segundo o Diário do Paraná, “o melhor Atletiba dos últimos dez anos”.
1977 – A última vitória do hexa
O Coritiba foi hexacampeão paranaense após um empate sem gols com o Colorado. Mas para chegar com essa vantagem na última rodada, o Coxa venceu o Athletico por 2×0 no clássico de 16 de março de 1977 – sim, o Estadual de 1976 terminou só no ano seguinte. O jogo em uma quarta-feira, às 19h30 e com chuva teve Aladim (remanescente do time histórico do início da série, junto com Hermes) marcando o primeiro gol e Adílson fazendo o segundo.
2000 – No dia do aniversário
Era apenas o segundo Atletiba na remodelada Arena da Baixada – e no primeiro deu Coritiba. Em 26 de março de 2000, o Athletico completava 76 anos e não se pensava em outro resultado que não a vitória no clássico. Com 28 mil pessoas no estádio rubro-negro, Lucas chegou a perder um pênalti e Marquinhos Cambalhota driblou Flávio mas acertou a trave. Os gols: Adriano Gabiru fez 1×0, Gustavo marcou o segundo, Marcinho acertou um pombo sem asa para o Coxa e depois Leandro Tavares deixando tudo igual ainda na etapa inicial. Aos 45 minutos do segundo tempo, Lucas fez o gol da vitória.
2016 – O primeiro na grama sintética
A prévia do Atletiba de 20 de março de 2016 teve muita discussão sobre a grama sintética – no final, essa discussão dura até hoje. Mas ficou sempre claro que o piso artificial da Baixada ajuda quem quer jogar. No caso deste primeiro clássico no novo gramado da Arena, foi o Coritiba. Com Wilson, Juninho, Alan Santos, Negueba e Kléber, o Coxa fez 2×0 (gols de Thiago Lopes – ele – e Juan) sobre o Athletico de Weverton, Paulo André, Otávio, Pablo e Walter.
Todos os Atletibas em março
22/03/1950 – Durival Britto – Coritiba 2×3 Athletico
22/03/1952 – Durival Britto – Coritiba 3×2 Athletico
17/03/1954 – Belfort Duarte – Coritiba 3×4 Athletico
27/03/1954 – Joaquim Américo – Athletico 6×3 Coritiba
10/03/1956 – Orestes Thá – Athletico 4×4 Coritiba
01/03/1970 – Joaquim Américo – Athletico 1×0 Coritiba
14/03/1971 – Belfort Duarte – Coritiba 3×4 Athletico
11/03/1973 – Belfort Duarte – Coritiba 2×0 Athletico
06/03/1974 – Belfort Duarte – Athletico 1×1 Coritiba
06/03/1977 – Belfort Duarte – Athletico 1×1 Coritiba
16/03/1977 – Belfort Duarte – Coritiba 2×0 Athletico
14/03/1978 – Couto Pereira – Coritiba 2×1 Athletico
29/03/1987 – Pinheirão – Athletico 0x0 Coritiba
13/03/1988 – Pinheirão – Athletico 2×0 Coritiba
12/03/1989 – Pinheirão – Athletico 2×1 Coritiba
07/03/1993 – Couto Pereira – Coritiba 2×1 Athletico
20/03/1994 – Couto Pereira – Coritiba 2×0 Athletico
14/03/1999 – Couto Pereira – Athletico 3×0 Coritiba
21/03/1999 – Couto Pereira – Coritiba 1×3 Athletico
26/03/2000 – Joaquim Américo – Athletico 3×2 Coritiba
07/03/2010 – Joaquim Américo – Athletico 1×1 Coritiba
20/03/2016 – Joaquim Américo – Athletico 0x2 Coritiba
01/03/2017 – Joaquim Américo – Athletico 2×0 Coritiba
Números
23 jogos
7 vitórias do Coritiba
5 empates
11 vitórias do Athletico
37 gols do CFC
44 gols do CAP