O Coritiba tenta neste sábado (8), às 21 horas, na Vila Belmiro, contra o Santos pôr fim à espiral negativa da semana – time entrando na lanterna, pichações no Couto Pereira contra o presidente e dispensas de jogadores.
Um novo tropeço nesta noite tende a trazer para o epicentro da pressão o técnico Ney Franco. Em dez jogos no Brasileirão, o treinador ostenta uma vitória, três derrotas e seis empates (30% de aproveitamento).
A campanha do treinador em sua 2.ª passagem pelo clube assusta, principalmente se comparada ao desempenho do seu time em 2009.
Naquele ano, o técnico comandou a equipe em 20 oportunidades (8 vitórias, 5 empates e 7 derrotas), com aproveitamento de 48,3% dos pontos disputados. Em nenhum momento daquelas 20 rodadas o time teve um desempenho tão ruim quanto neste ano.
Traçando um paralelo que traga alento ao torcedor, por mais irônico que seja, se nas próximas 22 rodadas do Brasileirão o Coxa tiver o aproveitamento que Ney Franco teve em 2009, e que culminou com o rebaixamento do time, tem grandes chances de escapar de uma nova degola.
Com 48,3% de pontos conquistados dos 66 restantes, ou seja, 32, o time chegaria aos 44 e praticamente estaria salvo – com base no retrospecto da competição (nos últimos cinco anos, apenas em 2013 a pontuação foi insuficiente).
A vida de Ney Franco, no entanto, não tem sido fácil desde que voltou a Curitiba. A cada resultado ruim, uma justificativa era comumente utilizada: a necessidade de reforços, tanto oriundos do departamento médico, quanto do mercado.
Do DM, que tinha nove jogadores no início de julho, dois já reforçam o time: João Paulo e Ruy. Cáceres está na fase de transição, enquanto Kléber e Bonfim seguem em tratamento. Rosinei, Norberto e Helder foram afastados nesta semana após avaliação do departamento de futebol.
Do mercado a diretoria trouxe quatro jogadores indicados por Ney Franco. Deles, Wilson é titular absoluto, Rafael Marques e Juan devem estrear entre os titulares neste sábado, e Henrique fica à disposição no banco de reservas. Lúcio Flávio estreou com o treinador e foi titular a maioria das vezes. Sua presença neste sábado, no entanto, é dúvida por uma fratura no nariz.
De todos os nomes referendados pelo treinador, o que mais se destaca é Evandro. Nem do DM, nem do mercado, o atacante veio do time sub-23 e tem sido o grande responsável por manter viva a esperança do torcedor.
Autor de três gols nas últimas três partidas – todos marcados nos acréscimos e que salvaram o time de resultados ainda piores – o jovem de 18 anos sabe que o grupo está devendo para a torcida, mas também para o treinador. “Ele nos dá tranquilidade e temos mostrado no trabalho que estamos fazendo nossa parte. No final do treino muitos continuam trabalhando por conta. Estamos mostrando que queremos e vamos sair dessa situação logo”, disse Ney Franco.
Rafael Marques garante que o grupo pode ajudar o treinador e promete obediência tática como feedback à confiança do comandante. “Temos de dar tranquilidade para ele passar o trabalho e corresponder ao que ele pede. Aceitar a decisão e cumpri-la à risca”, concluiu.
