Parada dura!

Ídolo do Coritiba convive com doença que atinge seis mil brasileiros

Jairo é eterno ídolo do Coxa. Foto: Arquivo/Gazeta

O ex-goleiro Jairo, ídolo do Coritiba, está entre os seis mil novos casos de portadores de câncer no rim diagnosticados em 2018 no Brasil. Por conta dos poucos casos registrados dentre os 200 milhões de brasileiros, a doença é considerada rara e, por isso, há uma dificuldade maior para que o tratamento seja custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É justamente esta complicação que está enfrentando o “Pantera Negra”.

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“O Jairo tem o diagnóstico de câncer de rim. É um tumor raro que não está entre os dez mais frequentes. O problema é que 40% dos pacientes já estão com a doença avançada quando descoberta. Isso acontece porque o nódulo vai crescendo no rim, silenciosamente. É descoberto quando aparece sangue na urina e quando o tumor fica muito grande, acaba dando dor. É um tipo de câncer que também pode espalhar pelo corpo inteiro e, nessas horas, fica incurável, mas existe o tratamento de controle”, afirmou o médico João Soares Nunes, do Hospital Erasto Gaertner, que está cuidando do caso do ex-goleiro Jairo.

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O ídolo do Coritiba se encaixa nesse caso, pois quando foi descoberta, a doença já estava avançada. Segundo Nunes, o tratamento começou há dez dias e ainda é muito cedo para confirmar a atual condição de Jairo. Há, no entanto, a expectativa de que ele possa reagir à medicação.

Médico João Soares Nunes está cuidando de Jairo. Foto: Divulgação
Médico João Soares Nunes está cuidando de Jairo. Foto: Divulgação

“O Jairo está muito fragilizado. É paciente de extrema gravidade. Inspira muitos cuidados, um caso delicado. Corremos atrás e o hospital deu a medicação para ele pela urgência. Esperamos que ele responda bem, mas ele chegou com uma situação muito avançada”, informou.

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Segundo o médico, ainda não se sabe como a doença se desenvolve. Comentou-se que as quedas do goleiro quando atuava poderia ter causado o câncer, o que foi descartado por Nunes. “Não tem uma causa esclarecida. Não existe um programa de prevenção e uma tecnologia que você possa fazer o diagnóstico precoce. Não existe uma recomendação padrão. Existe um componente genético, onde pessoas que tiveram casos assim na família poderão ser acompanhadas por conta do risco de desenvolver”, esclareceu o médico.

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O médico João Soares Nunes também explicou porque a medicação para o tratamento não consta na lista do SUS. Apesar de a Sociedade Brasileira de Oncologia ter pedido a inclusão, o Ministério da Saúde negou alegando o alto impacto orçamentário. Assim, pacientes como o ex-goleiro Jairo precisam encontrar outros meios para consegui-la.

“Os remédios têm o objetivo de controlar a doença, melhorar a qualidade de vida e aumentar o tempo de vida. Os pacientes precisam ir à Justiça, alguns conseguem, mas vários não têm condições de ter um advogado. É uma realidade muito injusta. Houve a tentativa recente para que houvesse a atuação do quadro do SUS, mas o Ministério da Saúde não concordou com as argumentações. Estados Unidos, Europa e até o México já utilizam esse tratamento e no Brasil não houve essa atualização”, detalhou.

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Ainda segundo o médico, o Hospital Erasto Gaertner tentou colocar o ex-goleiro Jairo no protocolo de pesquisa clínica para testar novos medicamentos. “Infelizmente, ele não preencheu os critérios”, concluiu Nunes.

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