Jairo foi o goleiro que mais tempo ficou sem tomar gols no Coxa

Jairo chegou no começo de 1972 no Coritiba. ‘Fiquei na reserva do Célio Maciel dois meses. Depois joguei num amistoso contra o Zaire, em que empatamos por 3 x 3. Na minha estréia, o que mais se ouviu foi que o Coritiba não contratou um goleiro, mas um jogador de basquete’, diz. Jairo foi o primeiro goleiro com mais de 1,90m a atuar no futebol brasileiro. ‘Tinha, antes de mim, o Manga. Mas ele tinha um centímetro a menos que eu’, afirma.

A titularidade no Coxa veio em 14 de maio de 1972, quando Célio machucou os punhos e Jairo atuou contra o Rio Branco, em Paranaguá. ‘Ganhamos por 1 x 0, e eu peguei um pênalti. Aí armei uma sequência de jogos. Em cinco anos, que eu me lembre, fiquei somente duas partidas fora do time. Uma vez o Joel Mendes jogou contra um time do Paraguai e na outra, quando eu machuquei o ombro num jogo contra o Corinthians, o Ladel jogou contra o Colorado’, diz.

Depois de cinco anos no Coritiba, Jairo foi para o Corinthians, mas voltou ao Alto Glória em 1983 para mais um ciclo de cinco anos, totalizando dez anos no gol e mais dois anos de preparador de goleiros. Reunindo as duas fases no Coritiba, Jairo criou uma história que se traduz em 456 partidas como jogador profissional. ‘Acho que sou o jogador que mais atuou pelo Coxa’, afirma.

Neste período, Jairo conquistou dez títulos – seis estaduais, um Torneio do Povo (1973), um Brasileiro (1985), um Fita Azul (concedido em 1972 pela Gazeta Esportiva aos times brasileiros que voltavam invictos de uma excursão ao exterior), além Taça Akwaba, em Adibjan, na Costa do Marfim, em 1983. Além disso, ele emplacou duas sequências sem tomar gols. A primeira, em 1972, de 905 minutos – recorde até hoje no Coritiba. A outra, em temporada posterior, de 740 minutos. Essa façanha, Jairo repetiu no Corinthians, onde ficou 1.132 minutos sem levar gol – um recorde também no Timão.