Equipe coxa-branca de 1972 avalia campanha atual

A marca de 123 gols em jogos oficiais, obtida em 1972 pelo Coritiba, foi superada pela equipe de 2011. Mas alguns dos protagonistas daquela época acreditam que enfrentaram muito mais dificuldades do que o time atual. Entre as agruras, estavam o Palmeiras da Academia, o Corinthians de Rivellino e o Santos de Pelé, entre outros.

Mesmo assim, depois de disputar 74 jogos naquele ano, o Alviverde foi campeão paranaense, ganhou a Fita Azul e não fosse uma série de desfalques poderia ter ido à semifinal do Brasileiro, enfrentando o domínio que as equipes do eixo Rio-São Paulo impunham. “O futebol brasileiro teve uma fase espetacular. Esse Botafogo que tomou cinco no domingo, quando vinha jogar aqui, tinha o Furacão Jairzinho, campeão do mundo no México. Então, o Coritiba tinha um time muito bom”, avalia Hidalgo, volante e capitão da equipe daquela equipe.

Eduardo Francisco Dreyer concorda. “Aquele era um time muito valente, que ganhava quando precisava, tinha muitos jogadores interessantes, jogava por música”, aponta Dreyer, que mantém negócios fora do futebol. Por isso, o zagueiro Cláudio Marques garante que o Coxa foi se apresentando ao Brasil e quebrando as barreiras impostas pelo eixo Rio-São Paulo.

“A gente brigava com os maiores do futebol brasileiro e isso era um orgulho muito grande”, diz o ex-defensor. Mas faltou chegar mais longe no Brasileiro de 1972. “Fomos arrebentados enfrentar o Palmeiras”, relembra Dreyer. O time perdeu e deu adeus às semifinais, ficando com o 5.´ lugar. “Eu tinha operado o joelho e o Coritiba foi prejudicado. Jogou lá com sete reservas”, aponta Hidalgo.

Comandado por Tim e depois por Lanzoninho, o Coritiba tinha em sua base Célio; Hermes, Pescuma, Cláudio e Nilo; Hidalgo e Dreyer; Leocádio, Hélio Pires, Tião Abatiá e Zé Roberto. “Era um 4-2-4, mas o Tim, e depois o Lanzoninho, usavam o Leocádio com um 8 (meia armador) ou 8,5 (meia que chegava mais na área como um atacante)”, revive Cláudio. Com eles, em 74 jogos oficiais, o time anotou 123 gols numa média de 1,66 por jogo.

Sobre a equipe atual, Dreyer avalia que falta equilíbrio. “Parece desregulada. Ganha em casa e perde fora”, arrisca. Já na visão de Hidalgo, naquela época o Coritiba era o mesmo em qualquer lugar. “Jogávamos dentro e fora do mesmo jeito e o nosso segredo era ganhar fora”, destaca o volante. Mesmo assim, ninguém desmerece o time atual, que conquistou o Paranaense invicto, o recorde de 24 vitórias seguidas e o vice da Copa do Brasil. “Fomos superados por essa boa equipe. O futebol evoluiu bastante e este ano o Coritiba tem feito goleadas históricas também”, finaliza Cláudio Marques.