Na hora de mudar

Desde 2011 um técnico não termina e começa temporada

O ano de 2015 começa definitivamente esta semana, quando os clubes da Série A iniciam a pré-temporada. Oportunidade para o futebol paranaense, tão por baixo em 2014, poder se reerguer e figurar no topo das competições. E o processo de recuperação começa nos treinadores.

Claudinei Oliveira no Atlético e Marquinhos Santos no Coritiba terminaram a temporada em alta, com contratos renovados e com aprovação da maior parte da torcida. No Paraná, Luciano Gusso é a grande aposta da diretoria. Os três, aparentemente, têm tudo para encerrar um longo tabu estadual: desde 2011 um treinador não inicia e termina a temporada em um dos clubes do Trio de Ferro.

O último que alcançou tal feito foi Marcelo Oliveira, atualmente no Cruzeiro, que ficou todo o ano de 2011 no comando alviverde, quando conquistou o Campeonato Paranaense e foi vice da Copa do Brasil, só deixando o time em setembro de 2012, totalizando 21 meses no cargo. De lá para cá, as trocas foram constantes.

Só em 2014, foram dez treinadores utlizados por Furacão, Coxa e Tricolor, sem contar os interinos Leandro Ávila no Rubro-Negro, e Luciano Gusso no Paraná. O Atlético começou a temporada com Miguel Ángel Portugal, passou por Doriva e terminou com Claudinei Oliveira. No Coritiba, quem iniciou o ano foi Dado Cavalcanti, demitido após o Estadual e dando lugar a Celso Roth, que no final do primeiro turno foi substituído por Marquinhos Santos. Já no Paraná, o primeiro técnico foi Milton Mendes, que após o Paranaense deu lugar a Ricardo Drubscky, que ficou apenas um jogo no comando – aceitou uma proposta do Goiás – e foi substituído por Claudinei Oliveira antes da chegada de Ricardinho.

Nos últimos anos, quem manteve os treinadores mais tempo no comando foi o Coritiba. Em 2002, Paulo Bonamigo chegou em maio e comandou a equipe até dezembro de 2003. No seu lugar, quem foi contratado foi Antônio Lopes, que também ficou mais de um ano no time, entre janeiro de 2004 e maio de 2005. Em 2008, Dorival Júnior ficou toda a temporada no cargo. Em agosto de 2009 Ney Franco chegou e só foi embora em dezembro de 2010, quando aceitou um convite para trabalhar nas categorias de base da Seleção Brasileira. Em seu lugar, chegou Marcelo Oliveira, com seus 21 meses no clube e logo depois Marquinhos Santos, que ficou um ano na função, antes de ser demitido na sua primeira passagem pelo Coxa.

Já no Paraná, o último técnico que mais aguentou na equipe, curiosamente também foi Marcelo Oliveira. Em 2010, ele começou o trabalho no Tricolor em janeiro e só foi demitido no dia 3 de outubro, após a goleada por 6×1 sofrida para a Portuguesa. No total, ele comandou o time paranista em 50 partidas – 20 pelo Paranaense, quatro pela Copa do Brasil e 26 pela Série B.

Por outro lado, no Atlético, desde o início da era Petraglia, em 1995, passando pelo período em que Marcos Malucelli foi presidente do clube, nenhum técnico conseguiu iniciar e terminar o ano como o técnico do time. Neste período, quem mais se manteve de maneira consecutiva foi Oswaldo Alvarez, o Vadão, que entre 1999 e 2000, na sua primeira passagem, foi o treinador rubro-negro por 73 jogos. Entre 2006 e 2007, na terceira passagem dele, foram 61 jogos.