Depois de 15 jogos de invencibilidade e lua-de-mel com a torcida, o Coritiba sentiu o revés com duas derrotas seguidas e a pressão por vitórias para se manter vivo no Campeonato Paranaense e na Copa do Brasil. Será que a maionese desandou? Para os jogadores e comissão técnica, não! Tanto que uma reunião ontem tratou de aparar as possíveis arestas e a ordem é uma só: partir para cima do Paranavaí. Por isso, a mobilização é total no CT da Graciosa para provar que o Alviverde verdadeiro é o da fase invicta e não o dos dois últimos jogos.
?Trabalhar no Coritiba é pressão a todo momento, então a gente está muito perto entre o céu e o inferno. Tínhamos 15 jogos invictos, perdemos dois e agora temos que buscar de novo?, analisa o técnico Guilherme Macuglia.
No entanto, ele diz que o elenco tem condição de superar essa turbulência e voltar a vencer.
E se classificar para a final do Estadual. ?Nós estamos trabalhando para isso, temos certeza que vamos enfrentar dificuldades normais de um jogo, mas perante nosso torcedor teremos que ser agressivos?, aponta o treinador.
Roupa suja
De acordo com o volante Juninho, a reunião de ontem foi parecida com outra que aconteceu no início da temporada, quando a equipe também enfrentou dificuldades. ?No começo, também estava bastante difícil e os resultados não vinham e houve uma cobrança natural. Acho que tem que existir cobrança, principalmente quando você sabe que tem tudo para reverter essas situações?, diz. Segundo ele, é a hora dos jogadores assumirem a responsabilidade. ?Um grupo não se faz com um ou dois e sim com todos, para a gente poder sair dessa situação?, destaca.
Lavada a roupa suja, Macuglia já começou a moldar a equipe para o confronto com o Paranavaí, às 16h de amanhã, no Couto Pereira. Sem poder contar com Túlio, suspenso, e com a necessidade de vencer para ir à final, o treinador deverá montar um meio-de-campo altamente criativo. Recuperados de lesão, os meias Caíco e Juliano entram na equipe para atuar ao lado de Juninho e Pedro Ken. No ataque, Henrique Dias não pode jogar, pois já atuou pelo Paraná Clube, e será substituído por Hugo ou Eanes. Hoje, o treinador confirma a equipe após o treino-apronto no CT.
Jogadores fora do castigo
Até segunda ordem, os meias Marlos e Juliano e o goleiro Café estão ?perdoados?. Para não prejudicar a equipe na semifinal do Paranaense e nas oitavas-de-final da Copa do Brasil, a diretoria resolveu baixar a guarda com os ?indisciplinados?. ?Tivemos uma reunião com os jogadores e a comissão técnica para que algumas coisas fossem esclarecidas. Todos esses jogadores estão liberados pelo departamento físico e estão liberados por nós para utilização do treinador, se for necessário?, avisou João Carlos Vialle, coordenador de futebol.
Enquanto Café se envolveu numa polêmica com o paranista Renan, pediu aumento salarial e quase se transferiu, mas voltou atrás e até destituiu o procurador, Juliano faltou a um tratamento e foi multado. Já com o meia Marlos, titular da equipe antes de se machucar, o problema é mais embaixo e ?especial?, como diz o dirigente. ?Ele está liberado para voltar aos treinamentos e pode ser utilizado até o início do Campeonato Brasileiro. Depois, nós voltamos a conversar e vamos ver se nesses 15, 20 dias existe uma condição, junto com o procurador dele, para a gente definir um novo contrato?, apontou.
Por enquanto, Vialle diz que o clube e Marlos ainda estão bastante longe de um acerto financeiro para a renovação. Outra medida tomada foi a suspensão do rodízio para a suplência de Artur. Assim, Café será o reserva imediato para o camisa 1, novamente.