Coritiba completa 93 anos com planos ambiciosos

Os títulos glorificam o passado, mas agora é a hora de pensar no futuro. O 93.º aniversário do Coritiba talvez seja o mais importante da história do clube, principalmente pelas iniciativas que a diretoria lança nos próximos dias. O projeto de clube-empresa é o mais audacioso já pensado no Alto da Glória, e pode ser a tábua de salvação financeira há tanto aguardada.

Ao contrário de outros clubes, que conseguiram acertar as contas fazendo ajustes radicais, o Coritiba ainda não pensara nisso com profundidade. Para conquistar títulos (no final das contas, o que interessa para um time de futebol), o clube sempre investiu – e, às vezes, investiu demais e sem critério. Os custos aumentaram, o preço do dólar disparou, e qualquer negociação feita na moeda americana tornou-se um problema. Fazendo isso ao longo dos tempos, as dívidas eram inevitáveis.

Isso faz com que o Coritiba sofra com situações inusitadas, como a penhora de várias rendas dos jogos da equipe no campeonato brasileiro. Hoje, a dívida do clube ultrapassa os trinta milhões de reais, e foi renegociada no final do ano passado com os credores. Essa dívida impede que o Cori faça investimentos de vulto no futebol ou incremente seu patrimônio, como por exemplo completar o Alto da Glória.

A tacada mais ousada da história do Coritiba está prestes a ser lançada (deve acontecer na próxima semana), e a diretoria tem consciência que o projeto só terá sucesso se contar com a ajuda da torcida. “Não somos nós que vamos salvar o clube. Quem vai fazer isso é o nosso torcedores, que sem sombra de dúvida é o nosso grande patrimônio”, garante Gionédis.

É para isso que foi criado no dia 23 de agosto o Coritiba Futebol S/A, que passa a gerir o futebol profissional do clube, tendo como contrapartida a cessão da marca Coritiba por trinta anos. A empresa é comandada por dirigentes e conselheiros coxas, o que garante o domínio do clube sobre as ações da empresa. Por sinal, o estatuto prevê que o Coritiba (por meio dos sócios) terá sempre o controle acionário.

E, nos próximos dias, serão colocadas à venda em bancos credenciados as ações que permitirão ao torcedor apostar no futuro do clube. Estas ações também serão lançadas na Bolsa de Valores, tentando atrair investidores de peso, que reforcem o caixa alviverde. O processo de liberação da venda de ações está em finalização na Comissão de Valores Mobiliários.

O dinheiro que entrar (vendidas todas as ações, seriam 49 milhões de reais) terá finalidades claras: melhora do patrimônio, incremento do futebol e pagamento de dívidas. Ao mesmo tempo, o Cori deve realizar outras iniciativas que desonerem o cofre, como a terceirização de serviços e a finalização da reforma administrativa, uma das primeiras ações de Giovani Gionédis no comando do clube.

Paciência para pegar o Guarani

Vai ser preciso muita paciência. Mais que tudo, essa é a virtude mais procurada pelos jogadores do Coritiba para a partida contra o Guarani, amanhã, às 17h, no Couto Pereira. Sabendo da dificuldade que será enfrentar o sétimo colocado do campeonato brasileiro, o elenco se prepara para encarar um dos mais complicados desafios da equipe na competição. E o técnico Paulo Bonamigo não poderá contar com dois titulares.

E são dos mais regulares do Coritiba no Brasileiro. O meia Tcheco fora vetado na quarta, já que continua com dores na coxa. E o volante Reginaldo Nascimento não resistiu: ontem, ele foi vetado pelo departamento médico. “Ele está com a região muito dolorida, e não tem condições de jogar. É melhor preservá-lo para os próximos jogos”, diz o médico William Yousef.

Menos mal para Bonamigo que Edinho Baiano e Picolli recuperaram-se e estão escalados. Ao lado deles vai jogar Danilo, fechando o trio de zagueiros típico para a partida de domingo. “O melhor é colocar um jogador com ritmo de jogo como o Danilo, e que está em boa fase”, explica Bonamigo.

A dúvida fica para o ataque. Da Silva treinou normalmente e garante que vai jogar. “A recuperação foi muito boa, e eu vou para o jogo”, afirma, confiante. Mas Bonamigo não quer ter ?surpresas? como a que aconteceu na terça-feira, quando Tcheco não resistiu às dores e teve que ser substituído. “Por enquanto fica essa dúvida”, confessa o treinador.

Por sinal, o trabalho realizado no Couto Pereira serviu para a equipe focar-se nas dificuldades que a partida vai apresentar. “O Guarani mantém a posse da bola e jogam no erro do adversário”, explica o zagueiro Picolli. “Será um jogo de muita paciência, porque os espaços não vão aparecer tão facilmente”, completa Sérgio Manoel, que ocupará a vaga de Tcheco.

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