Contrastes marcam brasileiros na Fórmula 1

São Paulo – O Brasil tem quatro representantes no Mundial de Fórmula 1 que começa na noite de hoje, com a abertura dos treinos livres para o GP da Austrália em Melbourne, a partir das 20h de Brasília.

Dois são titulares. Os outros dois trabalham como pilotos de testes. Dois têm enormes esperanças no futuro. Os outros dois, de certa forma, apenas esperam o tempo passar até que a aposentadoria se apresente.

Felipe Massa, titular da Ferrari, 25 anos, é um dos que ambicionam marcar seu nome na história. O outro é Nelsinho Piquet, 21, piloto de testes da Renault, que não esconde de ninguém que pretende correr já neste ano, se Giancarlo Fisichella fizer o que dele se espera – nada.

Os dois que não têm mais grandes pretensões são Rubens Barrichello, 34, que cumpre seu último ano de contrato com a Honda sem perspectivas de renovação, e Ricardo Zonta, 31, que passou cinco das últimas seis temporadas como piloto de testes – da Jordan, Toyota e, agora, da mesma Renault que tem Nelsinho como aposta para os próximos anos.

Massa é só otimismo desde o dia em que sentou pela primeira vez na F2007, o carro que apresentou melhor desempenho na pré-temporada. ?Estamos muito bem preparados e talvez um pouco à frente das demais. Mas não me acho favorito a nada, apenas sei que estaremos na briga por vitórias e, quem sabe, pelo título?, diz o paulistano criado em Botucatu, interior do Estado. ?Só em Melbourne teremos as respostas para todas as perguntas?, filosofou.

Rubens, ao contrário, não confia muito no carro da Honda. ?Meu objetivo é lutar pelo sexto lugar no campeonato. Estamos longe de tornar nosso carro um vencedor?, admitiu. ?Não é um carro ruim, quando comparado ao do ano passado, mas estamos distantes dos times de ponta, não é um carro perfeito como costumavam ser os da Ferrari.?

São metas bem diferentes, pois, as que estabeleceram os dois titulares verde-amarelos de 2007. Para Barrichello, um bom campeonato pode significar alguma sobrevida na categoria, embora seja difícil imaginar que alguma equipe queira tê-lo em 2008, com tantos jovens bem mais baratos e sedentos esperando a vez.

Já Felipe procura se afirmar de vez na F1, depois de uma segunda metade de temporada, no ano passado, bastante convincente ? fez três poles e ganhou duas corridas, em Istambul e Interlagos. ?Muita gente não acreditava em mim um ano atrás, quando sentei na Ferrari como titular pela primeira vez. Agora, com vitórias e poles na bagagem, acho que mostrei do que sou capaz.?

Essa história, mais um capítulo da saga brasileira na F1, começa a ser contada esta noite. E só termina daqui a sete meses, quando o mundial chegar ao fim em São Paulo. É quando o destino de cada um deles será conhecido de todos.

Super Aguri apresenta carro novo, uma cópia da Honda

São Paulo – A última equipe a apresentar um carro novo para esta temporada foi a Super Aguri. Meio em cima da hora, deve-se dizer. O modelo SA07 só surgiu ontem, antevéspera do primeiro treino para o GP da Austrália. É quase uma cópia do RA106, carro que a Honda usou no ano passado.

A Super Aguri é uma espécie de filial da Honda, criada para alojar Takuma Sato, mas isso não lhe daria o direito de usar um projeto da matriz. É o que alegam ao menos duas equipes, Williams e Spyker, que prometem brigar, talvez até na Justiça, para provar que a construção do SA07 não é de lavra do time de Aguri Suzuki.

A equipe nega que tenha copiado o carro que em 2006 foi usado por Button e Barrichello. ?Sabemos o que fizemos e tudo é totalmente legal?, garantiu o diretor Daniel Audetto. ?Respeitamos as regras e não queremos trapacear. O que as outras pensam não é problema nosso. Se quiserem reclamar, que reclamem.?

Sato terá como companheiro, neste ano, o inglês Anthony Davidson, que trabalhou nos últimos anos como piloto de testes da BAR e da Honda. A equipe não teme quebras na primeira prova, embora o carro não tenha rodado um quilômetro sequer. ?É um carro confiável?, disse Davidson, praticamente entregando que o SA07 foi ?inspirado? no modelo que ele mesmo testou à exaustão em 2006.

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