A torcida do Atlético chutou o balde e a lua de mel com a diretoria acabou de vez após o empate sem gols com o Goiás, pela Série B do Brasileirão, sábado passado. A rodada marcou não só a estreia do clube no Gigante Itiberê, em Paranaguá, como da nova comissão técnica liderada por Ricardo Drubscki, mas foi marcada pelo fiasco.
Com a torcida revoltada, a diretoria eleita no final do ano passado, com Mário Celso Petraglia como presidente, não tem mais margem para erros. O prazo de validade de apoio chegou ao fim e de maneira perigosa. O descontentamento foi tamanho que a viagem a Paranaguá foi encerrada com um ato de violência.
Apesar de Petraglia ser o grande alvo dos torcedores que gritavam xingamentos a ele no empate com o Goiás e cobravam investimento no futebol, foi Antônio Carlos Bettega quem pagou mais caro. O presidente do Conselho Deliberativo, depois de bater boca com alguns atleticanos, sofreu uma tentativa de agressão. Um torcedor desferiu um tapa que atingiu o tórax e o rosto do dirigente. Torcedores que estavam próximos impediram que a agressão continuasse.
E este descontentamento com o presidente Petraglia não é de agora, mas teve como estopim os dois jogos seguidos sem vitória. Na quinta rodada o Furacão foi derrotado, fora de casa, pelo CRB e no sábado não saiu do 0x0 com o Goiás.
Petraglia foi eleito no dia 15 de dezembro e no começo de janeiro deste ano pediu ao menos cem dias para então começar a ser avaliado. O prazo já expirou em 80 dias e o mandatário não conseguiu agradar ou cumprir sequer uma de suas promessas para o futebol. Apesar de as obras na Arena da Baixada estarem entrando em uma fase de aceleração, é no futebol o maior erro do dirigente e o único item que interessa à torcida.
Na campanha eleitoral foram feitas promessas de um time de Série A, grandes conquistas, fim da hegemonia do Coritiba no Campeonato Paranaense, mas o discurso ficou apenas a teoria e hoje, o Atlético amarga a 12.ª colocação na Série B, já tendo deixado para trás, sem sucesso o Estadual e a Copa do Brasil, fazendo a paciência se esgotar nas arquibancadas.