Números

Claudinei não dá bola para o retrospecto frente ao Flamengo

Quando um retrospecto tem valor? Sempre, nunca ou apenas quando interessa positivamente? Atlético e Flamengo entram em campo no domingo (19), a partir das 16h, na Arena da Baixada, para vencer. O que pesa a favor de um, pode pesar contra o outro. Desfalques, sequência de resultados, condição psicológica em dia, problemas particulares administráveis ou não. Tudo tem influência (em menor ou maior intensidade) no desempenho das equipes.

Semana passada o Atlético enfrentou o São Paulo. Contra o Furacão pesava um retrospecto bastante ruim, afinal não vencia o adversário no Morumbi desde 1983. Com a derrota que se seguiu, o tabu foi mantido. Para o técnico Claudinei Oliveira, dar muita importância para esse tipo de número não significa muita coisa. “Quando começa o jogo, são os jogadores que estão lá dentro que vão fazer a história da partida. A gente ali de fora orienta, procura fazer as alterações e montar a melhor equipe. Como vou carregar todo esse peso de 90 anos para um jogo de 90 minutos?”, disse, na ocasião.

Tudo bem. Mas quando o retrospecto é a favor? Desde 1999, ano em que o estádio Joaquim Américo virou definitivamente Arena da Baixada após ampla reconstrução, o Furacão reina absoluto em confrontos em solo curitibano. Daquele ano para cá foram ao todo 12 confrontos entre paranaenses e cariocas, sendo que o Rubro-Negro das araucárias venceu nove e houve empate em outras três partidas. Uma invencibilidade de dar inveja a qualquer adversário.

Quando o árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima apitar o início do jogo, o retrospecto estará a favor do Atlético, mas como bem disse Claudinei Oliveira, dependerá do que os jogadores atleticanos se dispuserem a fazer e o Flamengo também. “O Flamengo é muito forte independente de onde jogar. Pela tradição e pela força de sua torcida, que é muito grande”, disse o treinador atleticano, que alerta para a boa fase vivida pelo seu companheiro de profissão. “O trabalho do Vanderlei (Luxemburgo) tem sido o diferencial do Flamengo, em que pese a qualidade dos atletas. Com a chegada do Vanderlei, o time ganhou cinco seguidas e isso é muito difícil hoje em dia. É isso que buscamos. Uma sequência em que possamos sair dessa zona da confusão. Esperamos sair com a vitória para passar o Flamengo na classificação”, acrescentou.

A Arena ainda não impacta num jogo como antigamente. A invencibilidade foi construída num estádio que já não existe mais em termos de “aconchego no coração” do torcedor. O treinador reconhece que aos poucos todos estão se acostumando com o novo estádio. “Os jogadores já estão se acostumando mais com a Arena, entendendo mais o estádio”, disse. “Os jogadores estavam estranhando a Arena. Ninguém tinha jogado com a torcida. Temos feito um trabalho bom e a torcida tem ajudado bastante. Estamos nos adaptando e jogadores também”.

O segredo, segundo Claudinei, é dedicação extrema. “Não pode baixar a guarda. Tem que ficar pressionando para trazer o torcedor com a gente. O torcedor quer time vibrante, que não desiste de nenhuma bola e que ganhe as divididas. Estamos todos entendendo melhor como jogar na Arena”. O novo estádio tem ajudado no crescimento do time. “A comunicação é complicada e difícil pela acústica. Na beira do campo o atleta não te ouve. Agora esta um falando com o outro, quem esta mais perto orienta o companheiro”.