A vitória de virada por 3×2 sobre a Universidad Católica, no Chile, e a consequente classificação para as oitavas de final da Libertadores mudou o clima no Atlético. Se antes do jogo a preocupação e as cobranças eram grandes, depois da boa atuação em Santiago a comemoração, como não poderia ser diferente, tomou conta do vestiário. O técnico Paulo Autuori aproveitou o momento para desabafar e criticou aqueles que, segundo ele, aproveitaram o momento ruim do Rubro-Negro para questionar o trabalho que vinha sendo feito no clube.
“Eu sou muito pragmático nestas situações. A vida é assim, ela é dura. Os iluminados do futebol, que sabem tudo, comentam os fatos acontecidos, eu dedico a vitória aos oportunistas de plantão. Temos que comemorar um grande feito, sem dúvida nenhuma, pois ninguém acreditava a não ser nós mesmos”, disparou o treinador
“Não tenho mais saco para essa mesmice do futebol.Se ganha, é ótimo. Se perde, inventam história. Minha bronca sempre é essa, mas meu coração não tem espaço para rancor e não serei oportunista agora. Estou satisfeito como a equipe se comportou, mas a vida é assim. No jogo contra o San Lorenzo, estava tudo aberto para nós e virou em poucos dias, como virou para o Flamengo. Era um grupo difícil e ninguém contava com o Atlético, essa é a realidade”, completou ele, que ressaltou a importância desta atuação e da vitória para a sequência do ano.
“Mais um obstáculo a ser vencido e o futebol dá uma lição diária. Eramos considerados a pior equipe do grupo, fomos a primeira equipe a ter chances de se classificar antecipadamente, não conseguimos, mas nos classificamos. Tínhamos convicção do que estamos fazendo. Sabemos conviver com situações opostas. Isso foi mais uma oportunidade do grupo para crescer bastante e entender a força que tem”, completou o comandante atleticano.
Autor do segundo gol do Furacão, o atacante Douglas Coutinho elogiou a postura da equipe e a entrega em campo, principalmente no final da partida.
“O Atlético tem o histórico de ganhar os jogos na raça e hoje não foi diferente. Na hora que fui entrar no jogo, o Paulo olhou para mim e falou “faz o gol”. Fiquei com isso na cabeça, vinha de partidas boas, mas ouvi muitas críticas. Absorvi isso e pedi uma oportunidade e pude ajudar a equipe”, disse o atleta.