Pontos positivos

Forte na marcação, Atlético pecou nas decisões finais contra o Santos

Otávio fez a parte dele. Desarmou o adversário e ainda teve chance de marcar um gol. Furacão voltou a mostrar segurança atrás, mas foi inoperante na frente. Foto: Guilherme Dionízio/Estadão Conteúdo

Jogou como nunca, perdeu como sempre. Talvez seja até um exagero utilizar esta frase para explicar a atuação do Atlético na derrota por 2×0 para o Santos, sábado (1). Mas, mais por conta daquilo que o Furacão já fez fora de casa neste Campeonato Brasileiro do que pelo que aconteceu na Vila Belmiro.

Segundo pior visitante do Brasileirão, com apenas sete pontos somados, o Rubro-Negro encarou o Peixe sabendo que era praticamente uma decisão, uma vez que o clube paulista, até o início da rodada, estava apenas três pontos à frente. Na briga direta pelo G4, o Atlético não via outra alternativa que não fosse somar pontos longe da Arena, algo que vem sendo o calvário da equipe.

Só que o time entrou bem diferente em campo. Sem medo do rival, o Furacão adotou uma postura mais defensiva, tanto que tinha três volantes em campo e mais Lucho González no meio-campo, com o objetivo de fechar os espaços. E deu muito certo. O Rubro-Negro tinha controle de bola, não era pressionado, mas, lá na frente, a bola pouco chegava e as chances de marcar um gol eram quase nulas. Foi assim quase o jogo todo, tirando uma falta de Hernani na trave, e um chute de Otávio que Vanderlei fez boa defesa. Uma dedicação tática que agradou o técnico Paulo Autuori.

“Em termos coletivos não sofremos nada. Em nenhum momento do jogo tivemos dificuldades. Controlamos bem, no segundo tempo tivemos algumas chances. A equipe vai bem, mas falta aquilo que precisamos, que é acertar. Em dois erros nossos, quando a bola estava conosco, a equipe deles é forte na transição e fez os gols. Mas não sofremos e isso me deixa tranquilo”, apontou o treinador.

E as falhas individuais foram cruciais. Não só para ligar os ataques e buscar os gols, mas também foi onde permitiu que os donos da casa marcassem. No primeiro tempo, o Santos teve uma única chance, no pênalti – controverso – que Ricardo Oliveira bateu e fez. Na segunda etapa, o Peixe melhorou em campo e criou mais, mas marcou apenas no final, em mais uma bobeada. Rafael Galhardo errou o passe, o clube paulista puxou o contra-ataque e Renato cruzou para Paulinho fazer de cabeça.

“Taticamente a equipe está se portando bem, é natural que depois do segundo gol a gente tenha desmobilizado um pouco em termos mentais, principalmente da forma como foi”, acrescentou o treinador.

Curiosamente, nesta desorganização, Luan perdeu uma chance incrível, mas se enrolou com a bola e não aproveitou a oportunidade. No entanto, a lamentação maior ficou por conta do que o Rubro-Negro produziu em termos de postura.

“Quem viu o jogo viu a nossa intensidade. Até sofrermos o segundo gol estávamos bem, marcando forte, mas em uma falha nossa levamos mais um gol”, disse o volante Otávio.