Mudando sempre

Atlético vai mudar o time mais uma vez no Brasileirão

Thiago Heleno não treinou e deve desfalcar o Furacão em Belo Horizonte. Foto: Albari Rosa

A estratégia do Atlético em preservar jogadores e sempre fazer avaliações profundas antes das partidas para evitar que haja lesões nos atletas deveria gerar um time-base que fosse daqueles conhecidos de cor e salteado pelo torcedor. Mas é justamente o contrário que acontece. Com pelo menos um titular fora por contusão por rodada, o técnico Fabiano Soares não repetiu a escalação uma vez sequer desde que assumiu o comando rubro-negro. E para a partida deste domingo (5), contra o Cruzeiro, às 17h, no Mineirão, a história vai se repetir.

Já era natural a mudança de peças, porque Nikão foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. A punição de cinco jogos, anunciada na terça-feira (31), teve efeito suspensivo parcial concedido pelo tribunal – assim, o camisa 11 não joga contra o Cruzeiro, mas poderá voltar na quarta-feira (8) contra o Corinthians, e seguirá em campo até o julgamento do mérito no pleno do STJD.

Mas no treino de ontem, no qual a imprensa teve acesso por quinze minutos, Thiago Heleno foi o desfalque. A defesa, por sinal, é o setor com maior “rotatividade” do time titular do Atlético. A ponto de, com 64 jogos nesta temporada, três zagueiros terem números altos de participação no ano.  E, mais surpreendente, o que mais atuou é o reserva – Wanderson tem 40 jogos em 2017, enquanto Thiago Heleno (que agora deve desfalcar o Furacão) tem 37 partidas e Paulo André (que deverá voltar) tem 35.

Outra peculiaridade do sistema de montagem de equipe do Atlético é que o jogador que mais entrou em campo – entre todos do atual grupo – também não é titular. Matheus Rossetto esteve em 54 partidas, ou 84,38% dos jogos rubro-negros no ano. Weverton, este sim intocável, vem a seguir, com Sidcley, Nikão e Douglas Coutinho (nesta ordem) fechando o “top 5”. Nenhum destes três pode ser considerado titular absoluto com Fabiano Soares.

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Fabiano, no final das contas, é o último a poder se manifestar sobre a formação do Atlético. Antes, os preparadores físicos avaliam a condição dos atletas, o Departamento de Inteligência faz estudos baseados em programas de computador (usados, por exemplo, pela seleção da Alemanha que ganhou a Copa do Mundo de 2014) e só depois o “professor” sabe com quem poderá contar. Aí, com a influência de Paulo Autuori, gestor técnico do Furacão, é que se define a escalação.

Pouco

Esta forma de definição, somada aos problemas extracampo, faz com que o jogador mais decisivo do Atlético não tenha atuado nem em metade dos jogos do time em 2017. Felipe Gedoz, artilheiro do Furacão na temporada com oito gols, fez apenas 27 jogos. Para comparar, Otávio, que já foi embora faz tempo, ainda tem mais partidas pelo Rubro-Negro no ano (30) do que Gedoz, que fez apenas quatro partidas a mais do que Grafite, outro que deixou há meses o clube.