Agora vai?

Atlético será “bola, bola e bola”, diz Petraglia

Petraglia teve momentos “mais do mesmo”: criticou a torcida, a imprensa, a oposição, os que o criticam... Foto: Marcelo Andrade

Depois de muito investimento na infra-estrutura, chegou a vez de uma atenção maior ao futebol. “Daqui pra frente é bola, bola e bola”, resumiu o presidente do conselho deliberativo do Atlético, Mario Celso Petraglia. A declaração foi dada em entrevista coletiva realizada na tarde de ontem na Arena da Baixada, com a presença, ainda, do presidente do conselho administrativo, Luiz Sallim Emed, e do diretor jurídico Rodrigo Gama Monteiro. Petraglia fez a promessa de retomar o caminho do sucesso dentro dos gramados depois de um 2017 frustrante.

Veja a entrevista coletiva de Mário Celso Petraglia na íntegra!

“Esperávamos muito mais desta temporada em função do time que foi montado. Não foi legal. E a gente tem que ter em mente que o torcedor não vem para o estádio para se divertir, vem para ganhar”, reconheceu Petraglia. Para retomar o futebol forte, com objetivos mais altos para o futuro, Petraglia projeta um trabalho conjunto.

“Nós precisamos definir as estratégias numa parceria entre os conselhos administrativo e deliberativo e estamos projetando um plano até 2024, independente de quem estiver à frente. Trabalhamos com a visão de médio e longo prazo. E qualquer planejamento daqui pra frente passa pelo futebol. Quando vendemos Fernandinho e Jadson, parte do dinheiro foi para a compra da metade do colégio (para a construção de parte da nova Arena) e para o CT. Mas o planejamento teórico a gente só vê depois, na prática. Existe a velha fórmula da tentativa e erro”.

Sobre o futuro próximo, com o término da temporada, Sallim foi evasivo sobre uma possível saída do gerente-geral Paulo Autuori ou do goleiro Weverton, que deve ir para o Palmeiras. “Vamos tratar disso na segunda-feira”. Ambos vão deixar o clube, embora ainda não estejam desligados oficialmente (até estiveram no treino desta quarta-feira). Petraglia, no entanto, ainda mantém a esperança. “Esperamos que Autuori continue conosco”, afirmou. Quando indagados sobre o provável desligamento do técnico Fabiano Soares, a resposta não veio.

Torcida

Petraglia foi enfático ao frisar que o fortalecimento do clube no setor do futebol passa pelo apoio da torcida, que é o maior patrimônio do clube. No entanto, não poupou críticas a parte da massa atelticana, especialmente aos sócios que não permanecem colaborando. “Nós temos mais de 100 mil sócios que passaram por aqui com CPF e CNPJ diferentes e não continuaram. O problema não é o engajamento de sócios, mas a fidelização”, afirmou. Já Sallim Emed usou algumas analogias para alfinetar o torcedor que não vai ao estádio apoiar o time. “Tem aquele torcedor casulo que não sai de casa e vou respeitar isso. “Tem torcedor que é igual regime que começa na segunda-feira, mas chega na sexta-feira e desiste”, criticou.

No que se refere ao valor cobrado pelos bilhetes, considerado salgado por muitos atleticanos, Sallim diz que tudo passa pelo interesse e bem do Atlético. “Poderíamos estar aqui reduzindo preço de ingresso, mas o interesse coletivo tem de ser maior que o individual. E as pessoas confundem o benefício individual, vivemos numa sociedade individualista. Mesmo as medidas duras, antipáticas, são visando ao bem do clube. Não são oportunistas”.

Confira a classificação do Campeonato Brasileiro!

Para Petraglia, é inevitável que algumas medidas que ele considera antipáticas sejam tomadas. “Estamos quebrando paradigmas. Nós não temos nenhuma tradição, somos um estado recente, que era comarca de São Paulo.Temos agora uma pesquisa de todo futebol brasileiro e somos um dos três que mais cresceram. Trabalhamos não para quem vem ao estádio, mas sim para os dois milhões que moram longe de Curitiba”.