Ainda que o Atlético tenha conquistado duas importantes vitórias nos últimos dias e, com isso, animado o torcedor que acredita na reabilitação da equipe no Campeonato Brasileiro e em ‘vida longa‘ na Sul-Americana, a relação entre a diretoria do Rubro-Negro e as torcidas organizadas continua delicada.

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Isso porque um acordo feito entre as partes não foi cumprido. A uniformizada deu seu apoio à controversa decisão do clube em relação à torcida única dentro da Baixada e, em contrapartida, poderia ficar no setor inferior da Coronel Dulcídio. Porém, depois de cumprir a palavra e dar aval à determinação do Ministério Público que prevê a entrada somente da torcida da casa, a diretoria atleticana recuou e ‘despachou‘ os torcedores para um setor que não agradou: a superior da Coronel Dulcídio.

Mesmo que os torcedores estejam ali para apoiar o time em uma partida de futebol, ultimamente, estão sendo tratados como a bola de outro esporte, o ping-pong. Neste ano, já foram quatro setores diferentes determinados para a uniformizada: Buenos Aires inferior, Getúlio Vargas superior curva, Coronel Dulcídio inferior e Coronel Dulcídio superior.

Preferência

De acordo com o diretor de marketing da torcida, Wagner Rocha, a torcida organizada Os Fanáticos alega que somente nos setores inferiores consegue fazer uma pressão maior aos adversários e transformar o Joaquim Américo em um Caldeirão e, por isso, não quer abrir mão de estar próximo ao time.

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“O intuito da torcida não é brigar. Queremos o melhor para o Atlético. Não recebemos nenhuma ajuda financeira ou favor do clube, e queremos que eles entendam que nosso papel é sempre apoiar o Furacão em campo. Nós empurramos o Atlético e fazemos isso por amor. Queremos apenas o que foi determinado no acordo”, falou o porta-voz.

O tratado foi ‘costurado‘ com a ajuda do Ministério Público, representado pelo promotor Maximiliano Deliberador. Ficou combinado que a torcida, depois de alguns jogos na curva superior, poderia se fixar na Coronel Dulcídio inferior, sem a presença da torcida visitante em cima. Porém, o representante da organizada ressalta que bastou que Deliberador sair de férias para que a diretoria atleticana ‘jogasse no lixo‘ o combinado.

Pressão

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Na tentativa de fazer que o novo setor se torne atrativo e aceito pela organizada, a Diretoria tratou de deixar mais barato os ingressos e o plano de sócio na área. Além disso, delimitou a entrada de materiais como faixas, bandeiras e instrumentos musicais para somente este local, proibindo nos demais acessos do estádio.

“Eles estão tentando nos forçar a aceitar com essas imposições”, disse Rocha, que acredita que a diretoria quer transformar os setores inferiores em setores mais nobres, já que os ingressos ali são, inclusive, mais caros.

Em nota divulgada no dia 28 de julho, a diretoria se pronunciou sobre o caso. No texto, afirma que contra o Peñarol, a resolução que determina o posicionamento da Fanáticos no setor superior da Coronel Dulcídio já estava em vigor. E acrescenta que a organizada não usou o setor por vontade própria.

O representante da Fanáticos informou que por conta do posicionamento da torcida do Peñarol na curva superior da Getúlio Vargas com a Coronel Dulcídio seria imprudente que a organizada se posicionasse ali, devido à proximidade com os uruguaios. Por esse motivo, não houve a presença da organizada no local citado no jogo da Sul-Americana.

O promotor responsável pelo acordo entre as partes, que retornou de férias recentemente, informou por meio da assessoria de comunicação do MP que está ciente sobre o não cumprimento do acordo e que vai ter uma nova conversa entre as partes em busca da resolução do problema.

Já o Presidente do Conselho Administrativo do Atlético, Salim Emed, preferiu não se pronunciar sobre a questão.