Quando a temporada 2018 começou, o elenco do Atlético tinha três goleiros à disposição em seu elenco: Santos, Léo e Rodolfo. Os dois primeiros iriam se alternar entre o time principal, comandado por Fernando Diniz, e a equipe alternativa, que está disputando o Campeonato Paranaense com o técnico Tiago Nunes. No entanto, com apenas dois meses de trabalho, a situação mudou.
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Rodolfo pediu para deixar o clube e foi para o Fluminense. Para o seu lugar, por indicação de Diniz, chegou Felipe Alves. Só que as boas atuações de Santos fizeram com que ele se firmasse no time de cima. Tanto que não vem mais jogando o Estadual desde o término do primeiro turno, sendo utilizado apenas no grupo principal.
Ao mesmo tempo, Léo sofreu uma lesão muscular e virou desfalque para Tiago Nunes para a sequência do Paranaense. Surgiu então a oportunidade para o jovem goleiro Caio. Aos 21 anos, o arqueiro, revelado nas categorias de base do Rubro-Negro, ganhou a primeira chance no empate em 0x0 com o Foz do Iguaçu, na Arena da Baixada, na última rodada da primeira fase da Taça Dionísio Filho. Depois, atuou na vitória por 1×0 sobre o União, novamente na Arena. Só que foi diante do Prudentópolis que ele chamou a atenção.
Apesar de ter sido o primeiro goleiro atleticano a levar um gol no Paranaense de bola rolando – até aqui o Atlético havia sido vazado uma única vez, de pênalti, na primeira rodada – o camisa 1 foi decisivo e garantiu os três pontos graças ao pênalti defendido na cobrança de Nei, aos 46 minutos do segundo tempo. Lance que, para ele, coroou o trabalho que vem sendo feito no dia a dia desde a base até o elenco principal.
“Sabemos que todo o trabalho, todo o esforço valeram a pena em um momento como esse no final do jogo. Foi um momento em que eu sabia que poderia ser decisivo e ajudar a equipe. A gente tem uma equipe de análise que nos ajuda muito, sabemos que esse é o canto de segurança do Nei e consegui fazer a defesa”, afirmou Caio, ainda no gramado, após se tornar o herói do Furacão.
Velho conhecido
Do quarteto de goleiros do Rubro-Negro, Caio é o mais novo e o menos experiente, mas não quer dizer que não tenha rodagem. Conhecido de Tiago Nunes nos jogos das equipes juniores, o arqueiro ganhou elogios do comandante, que garante que o jogador tem todas as características para se firmar na posição.
“O Caio é um atleta que, dos jogadores que estão no último ano da base, é um dos que mais jogaram na formação, com jogos em competições nacionais e internacionais. Ele vem se preparando para este tipo de oportunidade. Fez um 2017 muito bom, tem um bom biotipo para goleiro de alto nível e que ainda tem esse atributo de sabe jogar com os pés. Esse pênalti coroa o bom trabalho. Goleiro normalmente só aparece em momentos pontuais. Ou quando ele é vilão, ou quando leva a equipe nas costas. Ele teve um papel importante, se não fosse por ele, não teríamos vencido, então temos que valorizar o trabalho que ele vem construindo”, afirmou o comandante atleticano.
Para o duelo contra o Rio Branco, nesta sexta-feira (10), na Arena da Baixada, Caio será mantido como titular. Porém, para as próximas rodadas, a disputa será bem acirrada, uma vez que o elenco principal joga na quinta-feira (15) contra o Ceará, pelo duelo de volta da terceira fase da Copa do Brasil, e depois só jogará novamente em abril, na Copa Sul-Americana e no Campeonato Brasileiro. Com isso, Santos e Felipe Alves, inscritos no Estadual, devem ficar à disposição de Tiago Nunes. Mas se depender do que foi visto na rodada passada, o garoto não vai entregar a posição tão fácil.
“Talvez a energia que emanou de todo o grupo para que o Caio defendesse o pênalti representa o quanto o grupo está fechado em busca da classificação”, completou o treinador.