Atlético lamenta pontos perdidos por desatenção

Uma palavra de grande importância no contexto futebol é a mais usada por jogadores atleticanos para explicar os constantes fracassos em jogos fora de casa. E essa palavra é desatenção.

Não há derrota na qual os atletas não digam que estavam jogando bem e que num momento de bobeira levaram gols e não conseguiram reagir. A fala de Anderson Aquino, após o jogo contra o São Paulo, ilustra bem aquilo que tem se tornado padrão no elenco.

“Foi a desatenção. A gente lamenta mais uma derrota do time porque fomos bem no 1.º tempo, bem melhor que o São Paulo. E ter desatenção contra time de qualidade é fatal”, comentou o atleta.

Esse tipo de declaração está se tornando repetitivo e configura uma situação extremamente chata no Rubro-Negro. O time fica numa gangorra, na qual consegue somar pontos apenas nos jogos na Arena.

Mas fora de casa, a derrota é praticamente certa. E com esse desempenho, a gangorra tende a pesar para o fracasso. Assim a cada rodada, o Atlético segue à beira da zona de rebaixamento.

Em 10 jogos sem o apoio do torcedor, o Atlético venceu apenas um, contra o Ipatinga, e na rodada inaugural do Brasileirão, em 11 de maio. Já se passaram mais de três meses e o time só acumulou vexames. São nove derrotas consecutivas. Sofreu 16 gols e marcou apenas 3.

Para piorar a situação, o próximo compromisso do Furacão também é fora, em Belo Horizonte, no Mineirão. Em caso de nova derrota são grandes as chances do clube voltar a figurar na zona da degola.

Apagão

A tal desatenção já havia sido detectada pelo treinador Roberto Fernandes que chegou a comentar que no 2.º tempo o time pecava pela “falta de concentração”.
E que para diminuir essas falhas, os atletas precisavam de acompanhamento psicológico.

Diante das estatísticas parece que a equipe realmente apaga na etapa final. Dos 24 gols que sofreu no Brasileirão, quase todos (20) foram no 2.º tempo e a maioria a partir dos 15 minutos.

Esse apagão é mais um problema que Mário Sérgio terá que solucionar. Contra o São Paulo, o treinador rubro-negro detectou que a partir dos 25 minutos da etapa final, o adversário passou por cima do Atlético no aspecto físico. “A parte física pesa. Não é só treinar. Treinar o time tem treinado. Mas tem o lado emocional e a parte física”, explicou.

O preparador físico Moraci Sant’Anna ainda não fez todos os testes que precisa para sua avaliação, mas uma coisa fica aparente: é a partir dos resultados do trabalho deste grande profissional que passará a recuperação do Atlético neste campeonato. No elenco parece que o ditado popular “quando a cabeça não pensa, não ajuda; o corpo padece” é verdadeiro.