Artilheiro do Brasileirão ainda busca companheiros ideais

A cada rodada fica mais evidente a dependência do Paraná Clube ao seu goleador. Josiel disparou na artilharia do Brasileirão e segue com uma boa vantagem e ótima média: dez gols em onze jogos disputados. O problema é que é responsável por quase 60% dos gols marcados pelo Tricolor na competição. ?Não me preocupo muito com isso?, comenta Josiel, com tranqüilidade. ?É até gostoso ter essa importância para o time.?

O problema maior, admite Josiel, é que esses números provocam uma maior atenção dos zagueiros contrários, que vêm reduzindo significativamente seus espaços nos jogos. O artilheiro evita comentários mais profundos sobre o seu visível isolamento, diante da dificuldade de aproximação dos demais atacantes e meias da área adversária. ?Não é para ser assim. O Pintado sempre frisa: pra fazer gol, tem que pisar na área?, lembrou.

A rigor, Pintado ainda não conseguiu encontrar ao menos um parceiro ideal para Josiel. Um problema que não é pontual. Já no primeiro quadrimestre – ao longo do Paranaense e da Libertadores – o Paraná teve dificuldades quando da saída de Henrique (que trocou o clube pelo Coritiba). ?É que tínhamos um bom entrosamento. Ele é muito rápido e estávamos sempre próximos?, recorda Josiel. ?Mas tive também bons momentos com o Vinícius?, completou.

Vinícius Pacheco assumiu a condição de segundo atacante do time e, agora, o Paraná conta ainda com outro jogador de frente, Vandinho. Mesmo com o trio – e tendo ainda um volante que se lança à frente, como Beto, o Tricolor não tem conseguido se encontrar. O volume de jogo acabou ficando abaixo do esperado e as chances de gols rarearam. ?Acho que fora, a gente acaba rendendo mais, porque conseguimos jogar no contra-ataque, com velocidade?, justificou Josiel.

Mesmo diante das dificuldades, Josiel tem um aproveitamento muito bom. Na temporada, balançou as redes 21 vezes, em 31 jogos disputados (média de 0,68 gol/jogo). ?E, isso, que me tiraram três gols legítimos, anulados pela arbitragem?, não esquece o goleador do Brasil. Sobre uma eventual transação, Josiel mostra absoluta tranqüilidade. ?Isso não mexe comigo. Na hora que for para ser, será?, disse. Na semana passada, empresários do Oriente estiveram na Vila Capanema, observando o jogo frente ao América de Natal.

?Então, não viram nada. Foi jogo para espantar interessados?, brincou Josiel. O clube descartou, até aqui, a única proposta oficial feita pelo jogador – do futebol francês -, mas sabe que o assédio prosseguirá até o fim do mês, período em que está aberta a ?janela? para transferências para o futebol europeu.

Pintado troca Paraná por Emirados Árabes

Carlos Simon

Valquir Aureliano
Presidente Miranda com o técnico: reunião hoje define mudança na comissão.

Pintado está com um pé fora do Paraná Clube. A assessoria do técnico divulgou ontem que o comandante tricolor recebeu proposta do Emirates Sports Club, da cidade de Ras Al Khimah, nos Emirados Árabes Unidos. O treinador já teria aceitado o convite e deve oficializar hoje seu desligamento do Tricolor. A diretoria paranista, por enquanto, afirma que não foi avisada de nada e que desconhece a notícia.

Depois da derrota para o Figueirense, Pintado recebeu apoio da direção – apesar de duras críticas da torcida pelos maus resultados consecutivos em casa – e treinou normalmente a equipe na sexta e no sábado. Ontem, dia de folga da comissão técnica, ocorreu o acerto com o time dos Emirados.

Em nota enviada por sua assessoria, Pintado já fala em tom de despedida. ?Eu sou muito grato ao José Carlos (de Miranda, presidente) pela grande oportunidade que deu em minha carreira e pela confiança que depositou em mim. Amanhã (hoje) iremos nos reunir, conversar e depois decidiremos o que vamos fazer. O clube e a torcida merecem respeito e a decisão será tomada em conjunto?, afirmou o técnico na nota.

No final de junho, Pintado já havia avisado, através de seus assessores, que recebera proposta de um clube do mesmo país. O Paraná concordou em dar reajuste salarial ao treinador e aumentou também a multa rescisória – que deverá ser paga pelos cartolas do Oriente Médio.

Pintado dirigiu o Tricolor em nove partidas, vencendo apenas duas, empatando quatro e perdendo três.

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