Amoreti, acusado de ser ?bruxo? por Moura

O ?bruxo? apontado por Onaireves Moura reagiu ao depoimento prestado na terça-feira pelo presidente da Federação Paranaense de Futebol. Amoreti Carlos da Cruz, que comanda o Sindicato dos Árbitros do Paraná, disse que o cartola está desesperado e ameaçou levar novos fatos à tona na próxima visita ao Tribunal de Justiça Desportiva.

?Durante todo o inquérito, ele (Moura) só assistiu de camarote. Agora escolhe um para atacar e assim desviar o foco do parceiro dele?, falou Amoreti, referindo-se a Johelson Pissaia, o diretor-administrativo da FPF eliminado do futebol pelo TJD.

No depoimento prestado ao auditor Paulo Cesar Gradela Filho, Onaireves Moura disse que Amoreti comandava o esquema de corrupção através da manipulação das escalas de arbitragem, quando Fernando Luiz Homann dirigia o departamento. Depois que Homann foi afastado do cargo, Amoreti teria criado o sindicato para manter a influência sobre a categoria. Moura afirmou ainda que há outros dois ?bruxos?, um no interior o outro na capital, mas só irá revelar os nomes ao Ministério Público.

Ainda na presidência do sindicato, Amoreti disse que é perseguido pelo chefão da FPF por defender, incondicionalmente, a categoria. ?Nossas bandeiras são o aumento nas taxas de arbitragem e o direito de arena para os árbitros. Mas Moura nunca nos atendeu. Com a Associação, ele faz o que quer?, disparou Amoreti, citando a Associação dos Árbitros do Paraná, dirigida por Henrique França Triches e reconhecido pela Federação. O sindicalista afirma que a classe deve entrar em dissídio coletivo por melhores remunerações.

O ex-árbitro insinuou que pode trazer novas denúncias contra a cúpula da FPF em seu depoimento ao TJD, marcado para amanhã de manhã. ?Até sexta-feira, muita coisa pode acontecer. Moura se enganou quando quis me acusar. Ele não está mexendo com criança?, disparou Amoreti, um dos cinco absolvidos no julgamento do ?caso Bruxo?, concluído no último dia 11.

Adiamento

Antônio Mikulis, presidente do Ponta Grossa, não compareceu ontem para depor no segundo inquérito do TJD sobre corrupção na arbitragem. O presidente do Ponta Grossa justificou alegando que desconhecia o motivo da intimação e que não cometeu nenhuma irregularidade. Gradela disse que o TJD não é obrigado a informar e o motivo da intimação e remarcou o depoimento para segunda-feira, dia 31. Para a manhã de hoje está agendado o depoimento do ex-presidente da Comissão de Arbitragem da FPF, José Carlos Marcondes.

Mikulis foi acusado pelo ex-árbitro José Francisco de Oliveira, o Cidão, de negociar com Onaireves Moura uma ?mãozinha? na arbitragem na partida entre Ponta Grossa e Prudentópolis, pelo Estadual de 2000.

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