No chove-não-molha que foi a parte final do treino classificatório em Mônaco, a pré-decisão do GP privilegiou Fernando Alonso.
O espanhol da McLaren, que passou o sábado tomando tempo de Lewis Hamilton, superou o companheiro faltando pouco mais de dois minutos para a bandeira quadriculada, tirando do inglês a primeira pole não-Ferrari da temporada.
O time de Ron Dennis tem sobrado no Principado. Os italianos, com seu carro mais longo, tomam entre 0s3 e 0s5 por volta. O fato de Felipe Massa ter feito marca no mesmo décimo de Hamilton e ter obtido a terceira posição no grid só reflete a circunstância da fase derradeira da classificação, em que cada escuderia decide a seu bel-prazer o quanto põe de combustível no carro do piloto.
Para Massa, um alívio. O paulista não gosta e nunca se dá bem em Mônaco. E eventualmente não ficar atrás das McLaren no grid significaria uma corrida comprometida atrás de carros bem mais lentos.
O trio Fisichella-Rosberg-Webber surge como surpresa à frente das BMW de Nick Heidfeld e Robert Kubica. Giancarlo é especialista em Monte Carlo e via de regra vai bem seja qual for o carro que dirija, ainda que a Renault apregoe que tenha solucionado todos os seus problemas com simplesmente uma incrível e magistral asa dianteira. Nico andou muito bem no ano passado na espremida pista e só não foi ao pódio porque sua Williams quebrou. E Mark é aquela coisa de sempre: treino, uma maravilha…
E Rubens Barrichello, pela primeira vez, chegou ao fim da hora de treino. Vai largar em nono, logo à frente do companheiro Jenson Button. O brasileiro anda com um capacete novo, preto, que a 27ºC, exatos 27ºC, muda de cores e passa a ter suas cores originais. Genial! Se fizer boa prova hoje, pontuar e for ao pódio, é bem capaz que o casco fique branco pelo susto.
Kimi Raikkonen deu ares de déjà-vu à sua classificação. Quebrou a suspensão de seu carro na curva posterior à saída do túnel arrastando-se até os pits; não conseguiu contornar a Rascasse. A cena trouxe à tona o estacionamento de Michael Schumacher no ano passado, pelo qual foi punido com a perda de todas as voltas na sessão. O finlandês, sem condições de seguir no treino, parte em 15.º.
Ainda ganhou uma posição de lambuja porque David Coulthard, na segunda parte do ensaio, fechou perigosamente Heikki Kovalainen na curva Anthony Noghès, que leva à ?reta? principal. Os comissários da prova puniram o escocês da Red Bull com a perda de todos os seus tempos. E o piloto, que havia conquistado o oitavo tempo e se aprontava para a disputa da superpole, ganhou 15 minutos extra para reclamar nos pits.
Para Adrian Sutil, sem chuva, sem chance. O piloto que foi notícia por duas horas em Mônaco ao ser o melhor no treino livre não teve chance nas condições normais de temperatura e pressão, o que as professoras de Química adoravam dizer como CNTP. Ainda assim superou o companheiro de Spyker, Christijan Albers – de praxe, já -, ademais Takuma Sato e Ralf Schumacher.
Muita vibração após a conquista
(Ag. Warm Up) – Fernando Alonso demonstrou uma satisfação até exagerada após conquistar a pole position para o GP de Mônaco, nos minutos finais do treino classificatório disputado ontem. O novato Lewis Hamilton, sensação da temporada até o momento, tinha tudo para conquistar a primeira posição, mas o espanhol ?roubou? a comemoração do britânico, cravando sua melhor volta em 1min15s726.
?Estou muito, muito feliz, pois esse resultado é extremamente importante aqui em Monte Carlo. Nós estávamos esperando a chuva, mas ela veio de forma fraca e só durou uma volta?, contou Fernando.
O bicampeão também revelou que foi prejudicado por Rosberg durante a sessão. ?Encontrei carros mais lentos, mas é muito difícil não pegar tráfego aqui. Nico teve azar, pois ele conseguiu uma volta rápida e estava cerca de 1s à frente do meu carro, mas não pôde manter essa diferença nas últimas curvas e acabou me atrapalhando?.
Para a Ferrari, treino não foi bom
(Ag. Warm Up) – A Ferrari não viveu um dia dos mais felizes ontem, durante os treinos classificatórios para o GP de Mônaco. Além de ver a McLaren dominar a primeira fila, deixando Felipe Massa na terceira posição, a escuderia de Maranello acompanhou Kimi Raikkonen abandonar a sessão, depois de cometer um erro e acertar o guard-rail.
O paulista levou um susto com o acidente do seu companheiro, que ?estacionou? na Rascasse – a mesma curva que gerou a polêmica do ano passado, em cena protagonizada por Michael Schumacher.
?Eu tinha visto a bandeira amarela indicando que alguma coisa havia acontecido, mas não esperava encontrar alguém parado na pista. Ainda assim, consegui desviar sem tocar no carro de Kimi?, explicou. Raikkonen admitiu a falha que o levou a bater na segunda perna do ?S? da piscina. ?Foi apenas um erro. Às vezes, você toca de leve o guard-rail e o estrago é grande?.