Paizão do Couto

Além de ídolo, Krüger ajudou a revelar talentos do Coritiba

Dirceu Krüger já ajudou muitos jovens atletas a se tornarem profissionais. Por muitos anos responsável pelas categorias de base do Coritiba, o Flecha Loira também teve participação direta na revelação de muitos talentos do Coxa. Tamanha é a importância do ídolo com relação aos piás do Couto que, em 2011, o alojamento em que os jogadores vivem passou a se chamar “Espaço Dirceu Krüger”.

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Lembrado por ex-craques do Verdão como alguém que sempre tinha um bom conselho para dar ele foi considerado por muitos jovens, que por vezes ficam longe de suas famílias na esperança de treinar duro e se tornarem jogador de futebol, como mais que um técnico ou conselheiro, mas sim um ‘paizão’.

Pachequinho, que desde criança teve sua formação no Coxa e também já treinou o time, lembra com muito carinho do quanto o ídolo foi importante em sua vida.

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“O Krüger foi um pai para mim desde as categorias de base. Quando eu me tornei treinador em muitos momentos eu pedia um conselho para ele porque sabia que dali vinham bons ensinamentos”, disse.

O ex-zagueiro Vavá, campeão com o Coritiba em 1985, tinha em Krüger um ídolo desde muito pequeno, antes mesmo de pensar em se tornar jogador de futebol.

Foto: Felipe Rosa
Foto: Felipe Rosa

“Minha família toda sempre foi coxa-branca. Sou natural de Guaratuba e quando tinha 8 ou 9 anos, o Coritiba foi fazer um treino na cidade e eu fui com meu pai até o hotel em que o time estava hospedado e tirei uma foto com ele. E anos depois ele estava ao meu lado, me treinando”, recordou o hoje treinador de categorias de base de um clube da cidade, que guarda a foto até hoje como recordação.

Vavá destacou uma característica da personalidade do Flecha como técnico. “Sempre tinha paciência para ensinar, nunca explodiu com nenhum jogador mesmo em situações de erro dos atletas, cobrava, mas sempre com conversas. Eternamente ele vai ficar marcado no Coritiba não só pelo que foi como jogador, mas por tudo que ele representa”, afirmou.

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O também ex-zagueiro Gralak contou que até mesmo os atletas já profissionais, que não estavam sob o comando de Krüger, sempre paravam para ouvi-lo. O respeito diante de um dos maiores ídolos do Alviverde era unanimidade.

“Quando ele chegava para conversar ou dar qualquer bronca, você tinha que abaixar a cabeça e escutar porque vinha de uma pessoa que queria o bem do Coritiba. Até mesmo os atletas que eram mais velhos, que não tiveram sua formação no Coxa, como eu que já vim formado do Corinthians, respeitavam qualquer cobrança que vinha dele”, recordou.

Gralak relembra de muitos momentos especiais vivenciados ao lado de Krüger, quando ainda era atleta profissional.
“Nas viagens que fazíamos ele sempre tinha uma história pra contar, lembrando dos tempos dele como jogador ou até mesmo do acidente em que ele quase perdeu a vida. É uma pessoa incrível que trabalhou a vida inteira pelo Coritiba. A estátua está lá para definir o que ele foi”, frisou.

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“O Krüger conhece qualquer espaço dentro do Couto Pereira, não sei se o estádio é a segunda ou primeira casa dele. Para mim ele é o maior da história, não vai existir outro. Quando o Krüger fala algo para você, você tem que gravar, porque é de coração e de uma pessoa que tem uma sabedoria muito grande. É um ser humano fantástico”, elogiou, com olhar emocionado.

Um dos nomes revelados no Coritiba e que tiveram maior projeção internacional, o meia Alex teve em Krüger um grande incentivador. Ainda muito novo, o hoje comentarista teve um voto de confiança inusitado, mas que mudou sua percepção sobre onde poderia chegar em sua carreira.

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“As dicas que ele sempre me deu, desde a base, me ajudaram muito. O Krüger me tornou capitão do time quando eu tinha 19 anos. Na época não entendi o motivo. Fui questioná-lo, já que haviam jogadores muito mais experientes no elenco, e ele disse que eu tinha características que me que me levariam a ser capitão de outras equipes futuramente e eu cheguei a ser capitão da seleção brasileira em competições oficiais”, relembrou com gratidão a tudo que o Flecha, como ele chama o mentor, fez e faz pelas cores do clube.

“Agradeço a ele por tudo que fez a mim e a outros meninos e pelo faz por tanto outros atletas e a dedicação que ele tem para se dedicar ao Coritiba”, finalizou outro grande ídolo da nação coxa-branca.

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