Eleições 2020

Segunda parte de debate entre candidatos tem mais propostas e cobrança por Greca

Goura (PDT), Eloy Casagrande (Rede) e Diogo Furtado (PCO). Foto: Divulgação/Band.

Os oito candidatos à prefeitura de Curitiba que participaram da segunda parte do debate na Band TV, na noite desta quarta-feira conseguiram, além de se apresentar e marcar posições, ser mais propositivos que seus adversários que debateram no primeiro encontro. A avaliação é da cientista política Sandra Avi dos Santos, diretora do Instituto Pólis Pesquisa e Estratégia – Curitiba e especialista em debates eleitorais. A presença de Rafael Greca (DEM) candidato à reeleição, novamente foi cobrada pelos candidatos participantes.

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“No geral o debate foi bem equilibrado, cada um cumpriu seu papel. Mas a principal diferença foi que além de se apresentarem, trouxeram uma retórica mais propositiva. Mas não significa que não foram superficiais, mesmo pelo formato do debate e o tempo que cada um tinha, que não permitia aprofundar propostas”, comenta. Ela cita que, com o formato de temas livres, os candidatos usaram as perguntas para pautar os assuntos que mais dominavam, tendo, contudo, apenas o tempo da réplica para citar sua proposta. “Houve algumas situações em que o candidato fez uma pergunta sobre um tema que o adversário não dominava, o adversário desviou o assunto, ficou devendo a resposta, mas, quem perguntou usou da réplica para apresentar sua ideia”, relata. Com isso o tempo para o participante explicar a proposta que queria por em debate resumiu-se ao um minuto da réplica.

Christiane Yared (PL), Professora Samara (PSTU) e Carol Arns (Podemos). Foto: Divulgação/Band.

A cientista política destaca a escassez de confrontos diretos no debate desta quarta-feira, ressaltando que os quatro candidatos sem tempo de TV na propaganda eleitoral – Diogo Furtado (PCO), Eloy Casagrande (Rede), Professora Samara (PSTU) e Zé Boni (PTC) compreenderam a importância da aparição em um debate em TV aberta para se promoverem. Ainda estiveram no debate Letícia Lanz (Psol), Christiane Yared (PL), Carol Arns (PODEMOS) e Goura (PDT).

“Eles reconheceram e aproveitaram a oportunidade única”, diz, lembrando que não há mais debates programados para a TV no primeiro turno das eleições e que, mesmo que houvesse, as emissoras organizadoras não são obrigadas a convidar candidatos de partido com menos que cinco parlamentares no Congresso Nacional. “E, aí, um elogio à iniciativa da Band de convidar todos os candidatos e promover, mesmo que em duas etapas, um debate com os 16 candidatos, com isonomia, contribuindo para a democracia”, afirma, lamentando, no entanto o longo espaço de tempo entre os dois programas (o debate com os primeiros sete candidatos – Rafael Greca não compareceu – foi realizado em 1º de outubro).

“Mas, independente disso e do péssimo horário, que limita a audiência, o debate repercute nos dias seguintes, com as matérias na imprensa e a divulgação de trechos pelas próprias campanhas”, comenta, lamentando a ausência de novos encontros entre os candidatos na TV (A Gazeta do Povo realiza seus debates, na modalidade um contra um, entre os dias 03 e 06 de novembro).

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Letícia Lanz (Psol) e Goura (PDT). Foto: Divulgação/Band.

Redes sociais mais mobilizadas no segundo dia de debate em Curitiba

O Instituto Pólis também identificou que a segunda parte do debate da BandTV mobilizou bem mais as redes sociais que no primeiro encontro entre candidatos, em 1º de outubro. Durante o debate foram realizados cerca de 700 tweets contendo a hashtag “debatebandpr”, enquanto na transmissão oficial da BandTV em sua página do Faebook foram registrados 9200 comentários. “Os usuários acompanharam as falas dos candidatos e a impressão massiva foi de falta de preparo dos participantes em relação às suas propostas, vistas pelos usuários da rede como infundadas, impraticáveis e até sonhadoras”, comenta a especialista em monitoramento de redes sociais Francieli Manginelli. Segundo a diretora do Instituto Pólis, as propostas para o transporte público foram as mais comentadas, e foram bastante criticadas, por serem vistas como impraticáveis. “A desenvoltura de muitos candidatos também foi bastante criticada, por suas falas mal elaboradas, repetitivas e até mesmo desinformadas”, resume.