Xaxim

Xeque-mate

No Xaxim, aprender virou sinônimo de diversão. Nesse clima de descontração levado para dentro das salas de aula, há cinco anos os alunos da Escola Municipal Paranavaí contam com aulas especiais de xadrez. Unindo elementos lúdicos do universo infantil e com brincadeiras, o professor Thiago Ribeiro dos Santos ensina os primeiros passos para os jovens iniciantes do jogo.

Os alunos escolhem entre o tabuleiro normal, o computador ou o tabuleiro gigante. “Tentamos tornar o jogo mais atrativo para as crianças e trabalhar com a concentração delas. Nessa faixa dos oito anos ainda é difícil passar estratégias, então mostramos as regras e movimentos das peças. Quando temos turmas mais agitadas, por exemplo, podemos utilizar alunos como peças no tabuleiro gigante. Assim elas se envolvem mais e gravam melhor o que cada peça pode fazer”, explica Thiago.

Foto: Felipe Rosa.
Quando temos turmas mais agitadas, por exemplo, podemos utilizar alunos como peças no tabuleiro gigante. Foto: Felipe Rosa.

Formado em educação física, o professor se lembra do tempo de faculdade e confessa que o jogo não costumava ser popular entre os colegas. “Ainda quando estudava, aprendemos um pouco sobre xadrez. Normalmente os alunos se interessavam mais por atividades com mais desgaste físico como modalidades de atletismo e os esportes coletivos. Mas assim que comecei a trabalhar como professor foi quando percebi a importância do xadrez e comecei a fazer cursos avançados”, conta.

Ainda nos primeiros dias, a pequena Camilly Fonseca, 8 anos, que aprendeu as regras durante o recreio, utiliza as aulas para aperfeiçoar as novas habilidades. “Meu pai e minha irmã já jogavam. Agora quero melhorar para conseguir jogar mais com eles”, afirma.

União

Foto: Felipe Rosa.
Bernadete: “acompanho todas as partidas” Foto: Felipe Rosa.

Hoje, a escola conta com duas turmas formadas por 20 alunos. Eles participam de campeonatos regionais representando a escola. “O legal é ver como alunos e pais se envolvem. Pra ter uma ideia, uma aluna chegou a pedir para o pai um tabuleiro de dia das crianças. Na semana seguinte o pai dela veio me contar todo orgulhoso do novo interesse da filha. Isso faz valer a pena o trabalho”, comemora o professor.

Outros pais buscam se envolver ainda mais e não perdem uma partida dos filhos. Mas, segundo Bernardete Schran, mãe do jovem Kelvin, no xadrez, a torcida da mãe “coruja” deve ser em silêncio. “Acompanho todas as partidas, mas o ginásio fica em um silêncio absoluto e só se ouve as peças deslizando pelos tabuleiros. Quando ele ganha, já percebemos pelo sorriso, já que não pode comemorar. Em compensação, quando ele perde, vemos que ele demora mais para se levantar. Aí entra nossa parte, de ir lá e consolá-lo”, conta Bernardete.

Mais foco

Todas as terças e quintas-feiras, a escola disponibiliza aos alunos as aulas de xadrez no final da tarde. Mas essa tradição surgiu há cinco anos, com a professora Isanar Fortunato, que iniciou o projeto. “As atividades que ocorrem vieram da dedicação da professora, que sentiu interesse de muitos alunos em aprender mais sobre xadrez. Porém, com complicações na saúde da professora, e graças à excelente resposta que os alunos deram à iniciativa, decidimos manter as aulas com um professor que também possui experiência no jogo”, explica a diretora Fabiana Aparecida Lemos. Ela nota que as crianças apresentam grande evolução no comportamento através das atividades extras. “Com esse tempo a mais, além dos benefícios de raciocínio já trabalhados no próprio xadrez, elas se tornam mais sociáveis e interessadas pela própria escola”, avalia.

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Samuel Bittencourt

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