Uberaba

Piscinão no caminho

Motoristas que passam pela marginal da BR-277, no Uberaba, e os moradores e comerciantes da região ainda esperam melhorias na rua, que deveria ter ficado pronta antes da Copa do Mundo. Sem explicações sobre a paralisação do trabalho no trecho em frente à fábrica da Coca-Cola, acesso muito usado ao Cajuru e ao Jardim das Américas, a população planeja fazer manifestações para chamar a atenção do poder público.

Moradores dedicaram a “obra” ao prefeito e vereadores do bairro. Faixas e bonecos já foram colocados como protesto. (Felipe Rosa)
Moradores dedicaram a “obra” ao prefeito e vereadores do bairro. Faixas e bonecos já foram colocados como protesto. (Felipe Rosa)

No ano passado, máquinas retiraram o antipó para a instalação do asfalto e o que resta foi o chão batido. Quem mora e trabalha por ali precisa conviver com a alternância entre o pó e a lama conforme as condições do tempo, além da buraqueira se forma na via.

O ponto mais crítico está no fim do trecho, que tem aproximadamente 850 metros, onde se formou uma grande poça, chamada pela população de “piscinão” de alguns políticos curitibanos, entre eles o prefeito e vereadores do bairro. Já foram colocadas faixas e até bonecos pescando, como forma de protesto. “Sempre tem carro com problema aqui, com suspensão ferrada e motor com problema por causa dessa água toda”, comenta um trabalhador do local que, por medo de represálias, prefere não se identificar. Ele diz ainda que a boca de lobo ficou entupida com as pedras e barro levados pela enxurrada.

Demora

A situação crítica da marginal foi mostrada pelos Caçadores de Notícias no dia 14 de outubro. “Continua tudo igual, não dá pra passar por ali e também não apareceu ninguém para falar alguma coisa. Na verdade parece que vai ficando cada vez pior”, lamenta a empresária e moradora Adriane Krupczak. “O que estão fazendo com a gente é um absurdo. Antes era ruim, mas nem se compara ao que está agora”, desabafa.

O também morador Elton Carlos Ribeiro já tentou usar as redes sociais para falar diretamente com os representantes da população, mas não recebeu retorno. “Eles pegam nosso telefone, dizem que vão dar um retorno, mas não voltam”, reclama.

Convênio parado

A recuperação do local foi definida por convênio entre o governo estadual e a prefeitura. O município ficou responsável por investir R$ 534 mil e o Estado, R$ 2 milhões. De acordo com o projeto, o trecho entre as ruas Jorge Gomes da Rosa e Doutor Gabriel Pereira Filho passaria por revitalização durante oito meses.
O cronograma previa obras de “drenagem e execução de galerias pluviais e na sequência os trabalhos de terraplenagem, pavimentação, paisagismo, sinalização vertical e horizontal”, conforme divulgado no site da prefeitura, em julho de 2013. A previsão para conclusão era março de 2014. Porém, o recurso do governo do Estado foi suspenso por ausência da apresentação, por parte da prefeitura, de certidão negativa emitida pelo Tribunal de Contas. Sem dinheiro, a empreiteira responsável pelo serviço deixou a obra.

Situação já foi mostrada pela Tribuna em outubro, mas nada mudou. (Felipe Rosa)
Situação já foi mostrada pela Tribuna em outubro, mas nada mudou. (Felipe Rosa)

Validade

Já a prefeitura de Curitiba afirma que “a referida certidão esteve validada até o dia 10/12 de 2014. Até aquela data o governo do Estado poderia ter repassado a contrapartida para a execução da obra. O que não aconteceu”. A prefeitura garante, no entanto, que já está providenciando a renovação da certidão.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística, a retomada do contrato poderá acontecer após a abertura do orçamento estadual, previsto para fevereiro ou março. A continuidade do acordo, porém, depende da apresentação dos documentos necessários.

Sobre o autor

Carolina Gabardo Belo

(41) 9683-9504