Tatuquara

Risco duplicado

A liberação, no último sábado, da pista dupla com sentido a Curitiba no quilômetro 119 da BR-116 não acabou com o estresse dos motoristas que passam por ali. A partir do cruzamento com a Rua Vereador Ângelo Burbelo, no Tatuquara, se forma um engarrafamento que se estende por quilômetros. No ponto, motoristas disputam a preferência para seguir na rodovia ou tentar cruzá-la e ainda fazer uma conversão arriscada.

Na tarde de ontem os Caçadores de Notícias encontraram uma equipe da Polícia Rodoviária Federal no trecho, ajudando a organizar o trânsito, mas a partir do momento em que o patrulhamento deixou o local, a confusão voltou ao cruzamento. Com movimento intenso, motoristas que tentam cruzar a rodovia ficam parados no meio da via enquanto esperam quem já está na BR ceder a vez. São comuns buzinadas e trocas de ofensas.

“Está muito complicado, qualquer cruzamento em nível gera risco. Antes esta rua era pouco movimentada, mas a população do bairro cresceu bastante”, afirma o policial rodoviário Wilmar Baron. O risco pode ser comprovado por números. Dados da Autopista Planalto Sul, que administra a rodovia, o número de acidentes no cruzamento da BR-116 com a Rua Vereador Ângelo Burbelo cresceu 42% desde o início da concessão em 2008.

De acordo com a concessionária, o cruzamento continuará aberto, conforme decisão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mas dois retornos provisórios estão sendo construídos no local, previstos para ficarem prontos em maio. Já o cruzamento da rodovia com a Rua Jorge Tortato, três quilômetros adiante, será fechado. Enquanto isso é preciso paciência e alguns motoristas usam a entrada de uma empresa localizada na rua como área de retorno.

“As pistas foram liberadas no sábado e domingo de noite já tinha um congestionamento de dez quilômetros”, afirma o corretor de imóveis Marcos Cavichiolo. Ele conta que no domingo saiu de Fazenda Rio Grande às 21h20 e só conseguiu chegar em casa, no Caximba, depois das 22h30, um trajeto que antes fazia em no máximo 20 minutos. O engarrafamento é enfrentado diariamente, pois Cavichilo leva a esposa ao trabalho, no município vizinho.

A diarista Márcia Fabianski, que mora em Quitandinha, também passa diariamente pelo trecho e sentiu a demora no percurso. “É muito congestionamento. Ontem saí de casa 6h30 e só cheguei no terminal do Pinheirinho 8h40. Fazia isso em uma hora”, lamenta.

Para o vendedor de frutas Gerson Luís dos Santos, que mora no Campo do Santana, o bloqueio do cruzamento pode gerar descontentamento aos moradores da região. “Se fechar, vamos fazer protesto. Quem vem da Fazenda Rio Grande tem que fazer o retorno só na Ceasa, fica muito longe”, diz.

Trincheira só no papel

A Autopista Planalto Sul destaca que os motoristas devem fazer o retorno em local permitido, no quilômetro 115, e afirma que Polícia Rodoviária Federal pode multar quem não obedecer a sinalização. Além disso, a construção do retorno provisório pretende atender o local enquanto o projeto para uma trincheira no local não seja iniciado.

Responsável pelas obras da trincheira no trecho, o Ippuc informou que o projeto executivo está sendo elaborado e serão orçadas para a Lei Orçamentária Anual de 2015, quando devem sair do papel.

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Carolina Gabardo Belo

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