São José dos Pinhais

Uma escola a menos

Escrito por Magaléa Mazziotti

E m um piscar de olhos, a Escola Municipal Martim Afonso de Souza, por onde passaram gerações de famílias do bairro Águas Belas, foi simplesmente fechada por determinação da Defesa Civil, em função da rachadura de um muro que separa a escola de uma casa. Isso interrompeu uma tradição de 50 anos na educação de pessoas como o motorista Francisco B. Sobrinho, 58 anos, que já vinha fazendo planos pra terceira geração da família.

Ele conta que parte da rotina dele e da neta de três anos envolve a contagem do tempo que ainda falta pra que a menina pudesse iniciar os estudos na mesma escola que ajudou na formação do pai e do avô. “Eu e meus dois filhos estudamos aqui, em frente à minha casa, e a minha netinha já estava ansiosa pelo dia em que iria pra mesma escola, pois é muito boa. Só que agora ninguém sabe se isso poderá se realizar, pois não falaram em data pro início da reforma e, muito menos, quando os alunos voltarão”, afirma Francisco.

Uma funcionária que não quis ser identificada se ressente mais pela falta da escola, pois faltava um ano pro seu filho começar a frequentar a instituição, do que pela mudança na distância do novo endereço de trabalho. “Emprego eu mudo se o deslocamento não compensar, mas uma escola como a Martim Afonso de Souza é difícil de encontrar. Tanto eu quanto meus irmãos estudamos e justo quando está chegando a vez do meu filho acontece isso”, desabafou. “Pior, desde que fecharam, os desocupados já começaram a invadir pra usar drogas e baderna”, reclama.

Remanejamento forçado

A prefeitura de São José dos Pinhais, por meio da Secretaria Municipal de Educação, explicou que todas as 128 crianças que frequentavam a Escola Municipal Martim Afonso de Souza já estão estudando na Escola Municipal Olavo Bilac, com uma distância oito quadras do antigo endereço, ou na unidade escolhida pelos pais, pois na região existem mais quatro instituições.

A secretaria reforça que o fechamento foi uma determinação da Defesa Civil no sentido de preservar os alunos. Além disso, uma empresa foi contratada pra confeccionar o laudo sobre a reforma. Segundo a prefeitura, isso deve ocorrer assim após o processo burocrático necessário pra contratação do serviço.

Sobre a segurança na Escola Martim Afonso de Souza, a secretaria afirma que os objetos de valores foram removidos, o mobiliário que ficou será retirado nos próximos dias. Além disso, a estrutura possui alarme e constante monitoramento da Guarda Municipal. De qualquer forma, a prefeitura solicita que a população pode entrar em contato com a Guarda se suspeitar de algo. Sobre o destino da escola, a secretaria assegurou que tem interesse em manter de portas abertas a unidade, tão logo ocorra a reforma.

 

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Magaléa Mazziotti

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