Comerciantes e motoristas estão indignados com uma das mudanças no fluxo de veículos causada após a inauguração da nova trincheira no bairro Atuba, entre as cidades de Colombo e Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. As obras foram concluídas recentemente e tinham o objetivo de desafogar o trafego de veículos que usavam a trincheira da Capela do Atuba nos dois sentidos. Este problema foi realmente resolvido, mas o fechamento de um acesso específico tem causado reclamações.
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Para os motoristas que seguiam pela Estrada da Graciosa no sentido Pinhais/Curitiba, era comum seguir em linha reta após o sinaleiro da Avenida Maringá para acessar o Bairro Alto, virando à esquerda logo depois da trincheira antiga. Isso facilitava o acesso às casas, comércios e economizava tempo em horários de pico. Porém, com a conclusão das obras, agora o motorista é obrigado a virar à direita na nova trincheira e pegar a BR-476 (Régis Bittencourt), sentido São Paulo ou Curitiba.

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.
Quem pretendo ir ao Bairro Alto ou fazer o retorno sentido Pinhais, precisa acessar a BR, ir até o sinaleiro após o Trevo do Atuba e rodar cerca de 5 kms a mais. Em horários de pico, principalmente pela manhã, o acréscimo no tempo de acesso ao bairro aumenta entre dez e 20 minutos.
A diretora-geral de uma autoescola que fica de frente para a trincheira, Vanessa Laurindo Graciosa, 33 anos, diz que o projeto é um absurdo e que ninguém esperava que ficasse desse jeito. Sem estacionamento próximo e com o problema do fechamento do acesso ao Bairro Alto pela Estrada da Graciosa, ela diz que já sente o efeito negativo no bolso mesmo com o pouco tempo de inauguração das obras.
“Já reclamei o que pude. Já liguei para a concessionária, para a prefeitura, e não consigo entender como eles fizeram uma obra dessas”, desabafou a diretora. Vanessa diz ter pós-graduação em Trânsito e, nas vezes que ligou para reclamar, já saiu apontando soluções. “Tem que reabrir o acesso ao Bairro Alto, fechar essa saída da BR-116 direto para a Graciosa, no sentido Curitiba/Pinhais, e reabrir outra saída na Rua Rio Juruá”, sugeriu.
Para o dono de transporte escolar Aloisio Carlos Costacurta, 69 anos, o problema é que cortaram o acesso para a casa dele, que fica na Estrada da Graciosa, bem na entrada para o bairro. “É uma sensação muito ruim. Minha casa fica logo ali [apontou], mas, agora, tenho que ir até o retorno. É inadmissível”, reclamou.

Obras de revitalização e mudanças no transito causaram transtorno para moradores e comerciantes na região entre Bairro Alto e Atuba. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná
Já a indignação de Rodrigo Duarte, 28 anos, gerente de uma loja de tintas, é a falta de sinalização do local. “Quem vem da trincheira para entrar na Graciosa, no sentido Pinhais, corre o risco de bater o carro se ele quiser acessar a pista da direita. Isso acontece porque o motorista que já está na Graciosa costuma andar em alta velocidade, ocupando justamente essa faixa da direita. Pela manhã, em horário de pico, entre 9h e 10h, isso aqui fica uma confusão. Alguma coisa precisa ser feita”, disse.
O mesmo problema de falta de sinalização é apontado pelo empresário Willian Wagner Macedo, 31 anos, que ainda enfatiza o sofrimento já sentido pelo comércio. “Em vez de desafogar o trânsito e trazer a fluidez prometida, acabou ficando um trecho mais perigoso e os clientes acabam não parando para olhar o comércio. A longo prazo, o prejuízo pode aparecer”, reclamou.
“Além disso, aqui na frente da loja, logo depois da saída da trincheira sentido Pinhais, o tráfego até anda, mas logo ali na frente, no acesso à trincheira sentido Curitiba, fica tudo lento do mesmo jeito, em horário de movimento. Esse acesso bloqueado, com certeza, tem a ver com isso. Espero que eles reabram e as coisas melhorarem”.
O que diz a concessionária
Conforme explicou a concessionaria Arteris Régis Bittencourt, em nota, as mudanças no trecho das proximidades do Atuba cumpriram os critérios técnicos pré-estabelecidos e acordados entre a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), concessionária e as cidades envolvidas. Para a Arteris, há trajetos alternativos para entrada e saída do Bairro Alto e o bloqueio do acesso existente é permanente para atendimento à readequação do dispositivo de alças de entrada e saída.

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.
Prefeitura de Pinhais
Como os comerciantes comentaram, na apresentação do projeto inicial das obras nas trincheiras, há alguns anos, era prevista a construção de um acesso à Estrada da Graciosa por dentro do bairro, para evitar que os motoristas precisassem ir mais longe para fazer o retorno. A prefeitura de Pinhais foi questionada sobre esse projeto, no entanto, não havia enviado resposta até o fechamento da matéria.
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6 Comentários em "Trincheira que era pra ser solução vira dor de cabeça no Atuba"
Faltou um projeto de engenharia, mas com engenheiro de mobilidade viária, faltou discutir com moradores e prefeitura Pinhais, para uma solução conjunta e não individual.
Simples! uma rotatória em cada saida de trincheira.
A trincheira esta sobrecarregada, toda trincheira com sentido duplo tem problema, isso é fato. Um projeto inteligente, é construído duas trincheiras afastadas pelo menos uns 100 metros uma da outra com sentido único, com este modelo é possível fazer fluir, porém nossos atuais engenheiros e projetistas com mestrado que ocupam suas cadeiras estão infelizmente ultrapassados, aceitam argumentos do poder público e assinam embaixo calados.
Povo chorão e egoísta. Façam um bem para o mundo: deixem o carro em casa.
É sempre assim, cada só olha pro seu próprio umbigo. Não olha para o benefício à coletividade. Povo mimizento…
Nenhuma obra agrada 100%. Pergunte para quem tinha que pegar aquele acesso antigo, precário, se está ruim. Antigamente, na Rondinha, quem saía do Bom Jesus podia fazer o retorno logo após o acesso ao colégio. O problema eram os carros que vinham sentido Curitiba, em alta velocidade. Antes que acontecesse uma desgraça, fecharam o acesso e direcionaram para trincheira de acesso a Campo Largo, 2Km adiante. Houve uma enxurrada de reclamações. Hoje, sete anos após, zero acidentes no trecho, ninguém reclama uma vírgula. Mimimi.