Quem mora no município de Colombo, na região metropolitana de Curitiba, por exemplo, consegue chegar antes ao Centro de Curitiba do que quem mora no bairro Tatuquara, no sul da capital. Isto porque o Tatuquara não tem um terminal de ônibus próprio e quer chegar ao Centro antes precisa pegar um alimentador até o terminal do Pinheirinho, para depois fazer a integração em outro ônibus. A prefeitura de Curitiba prometeu iniciar as obras do terminal Tatuquara, que será erguido no terreno ao lado da Rua da Cidadania, até o final do primeiro semestre deste ano. No entanto, o edital de licitação sequer foi publicado ainda.

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“A gente precisa pegar o alimentador aqui, que dá 50 minutos até o Pinheirinho. Lá a gente desce e pega outro até o Centro. Já são mais 40 minutos”, diz o jovem Daniel Garcia, que mora com o pai no bairro há 18 anos. Ele conta que há diversas vilas na região e em nenhuma delas há um ônibus direto ao Centro. “Se tivesse um terminal ficava muito mais fácil e rápido não só chegar ao centro, mas integrar para outros bairros”, analisa Daniel.

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O conferente Leandro  Henrique Crotti, 38 anos, mora na Vila Evangélica. Ele pega pouco ônibus; prefere mais a Kombi que tem para os deslocamentos pessoais e a trabalho. Mas quando precisa utilizar o transporte público, conta que tem dificuldades em se locomover rapidamente. “Existem poucas conexões aqui nas vilas. Se eu precisar ir até a Unidade de Saúde do bairro de ônibus preciso pegar um alimentador até o Pinheirinho, pra depois voltar pro bairro em outro alimentador, que pare perto do postinho”, explica.

Projeto

Um novo terminal de ônibus no bairro é uma alternativa de descentralização do transporte na região, que hoje está todo concentrado no Pinheirinho. Também será uma reestruturação no corredor de transporte, que trará mais mobilidade aos passageiros, com possibilidades de viagens diretas ao centro e integração em diversos outros terminais da capital.

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No ano passado, no início da gestão de Rafael Greca(PMN), o prefeito garantiu que o terminal do Tatuquara, cujas questões burocráticas haviam iniciado na gestão anterior, sairia do papel e as obras iniciariam até o final de 2017. O tempo passou e o início das obras foi jogado para até o final do primeiro semestre de 2018. Passou o prazo e, já na metade do segundo semestre, o edital de licitação sequer foi publicado ainda.

A assessoria do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), responsável pelo projeto, explicou que de fato houve algumas questões burocráticas que tomaram mais tempo para resolver do que o previsto. No entanto, tudo foi resolvido, o projeto aprovado pela Caixa Econômica Federal e o edital de licitação deve ser publicado até o final de setembro. Se tudo ocorrer dentro do cronograma, sem nenhum questionamento jurídico por nenhuma empresa participante da licitação, até o fim do ano as obras devem ser iniciadas.

Os recursos para a obra do terminal virão do PAC da Mobilidade, que prevê melhorias na rede integrada de transporte. O recurso, liberado pelo Ministério das Cidades, virá do Orçamento Geral da União. O terminal, que terá 3,4 mil metros quadrados e levará de 12 a 18 meses para ser construído, custará R$ 8,34 milhões.

Regional

O Tatuquara era um bairro que não tinha sua própria regional. Até então, era ligado à Regional Pinheirinho. Criada em 2011, a Regional, que engloba os bairros Tatuquara, Campo de Santana e Caximba, permitiu que o bairro sede (Tatuquara) tivesse a sua própria infraestrutura municipal, como Rua da Cidadania, Sacolão, Unidade de Pronto Atendimento 24 Horas, entre outros benefícios. Merecido, visto que foi um dos bairros que mais rápido cresceu nos últimos 10 anos. Enquanto a cidade, como um todo, teve um crescimento populacional de 0,99% ao ano, o Tatuquara cresceu 3,8%.

O bairro, segundo os dados mais recentes do Ippuc, tem 52.780 habitantes e 16.230 domicílios e fica uma área de 11,23 quilômetros quadrados, o que corresponde a 2,58% do território de Curitiba, fazendo divisa com os bairros Campo de Santana, Umbará, Sítio Cercado, Pinheirinho e CIC, além dos municípios Araucária e Fazenda Rio Grande. Um terminal de ônibus no Tatuquara ajudaria não só nos deslocamentos dentro da cidade, como também na integração dos moradores das cidades metropolitanas à capital.

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