Mercês

Casamento inédito em Curitiba reúne três irmãs e seus noivos no mesmo altar

Três irmãs casando juntas, na mesma cerimônia religiosa. Foi assim que as irmãs Even, Suele e Araceli Patrício Maria, 28, 34 e 35 anos, respectivamente, decidiram viver essa emoção do casamento, celebrando as uniões com seus respectivos cônjuges juntas, algo inédito para elas, para os convidados, para os profissionais envolvidos na organização e até para a igreja que as acolheu, a Igreja Nossa Senhora das Mercês, a “Igreja dos Capuchinhos”, no bairro Mercês, em Curitiba. O “casamentão” aconteceu na noite desta sexta-feira (31), em Curitiba.

Foto: Felipe Rosa
Foto: Felipe Rosa

Even, a mais nova, conta que a ideia foi conjunta. Primeiro, era para o casamento ser somente de Araceli e Suelen. Mas uma delas ficou desempregada na época e o plano não deu certo. Passado um ano, Even entrou na jogada e ressurgiu a ideia do casamento “coletivo”, mas não só de duas, e sim, das três irmãs juntas. E os noivos, o tecnólogo em informática Guilherme Bagatin, 29 anos (noivo da Even), o professor Rodrigo Kanning, 39 anos (noivo da Suelen) e o vigilante Sidnei Costa, 41 anos (noivo da Araceli), que não se conheciam antes de namorarem as três, tornaram-se grandes amigos e toparam na hora a ideia do casamentão.

“Está sendo bem legal. O casamento tomou uma proporção que eu não imaginava. As meninas estão de parabéns. Nós seis somos como uma família. Onde a gente pode ir junto, nós estamos sempre juntos”, contou Rodrigo. “É uma felicidade saber que a Even está realizando o sonho dela. Sempre sonhou casar na igreja, com a família junto”, disse Guilherme. “As três se uniram, tiveram essa ideia, batalharam, organizaram tudo. Não esperava ver as três casando de uma vez só. Nunca tinha imaginado isso. Mas foi uma boa ideia fazer uma só festa”, contou a mãe das noivas, Cleuza, que já entrou na cerimônia com os olhos marejados.

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E o pai das noivas?

A expectativa dos convidados era saber como seria a entrada das noivas na igreja. Se elas entrariam todas juntas com o pai, José Maria Filho, ou se entraria uma de cada vez. Ao fim de tudo, cada uma entrou individualmente com o pai, que deixava uma no altar e corria de volta lá para fora, buscar mais uma filha na limousine, parada na porta da igreja. Cada uma escolheu o seu vestido, o seu buquê e as joias que usariam, pois apesar do casamento ser “coletivo”, cada uma queria ter a sua individualidade na cerimônia. “Acho que meu pai era o mais nervoso. Ele sonhava mais do que nós em entrar com cada uma na igreja”, conta Even.

Mas, apesar de todos estarem muito nervosos e emocionados, não foram as noivas, nem o pai ou a mãe das noivas, muito menos as mães dois noivos, quem chorou primeiro na cerimônia. O primeiro a se emocionar e derrubar as lágrimas foi Sidnei. “Eu acho que de nós três, quem chora primeiro é a Even. Mas, de todo mundo, quem vai chorar é o Sidnei”, riram elas dentro da limousine, minutos antes de entrarem na igreja. E a “profecia” aconteceu. Sorrindo o tempo todo na cerimônia, ele saiu da igreja derrubando lágrimas.

Claro que a viagem de Lua de Mel também foi em grupo. No sábado a tarde, os três casais partiram rumo a Maceió (AL).

Cerimônia inédita

Rodrigo Figueiredo, da empresa Personal de Casamento, que montou toda a festividade para as noivas, conta que já tinha feito casamentos com duas noivas. Mas, com três, foi a primeira vez. “Num casamento com uma noiva só já é tudo muito rápido, imagina com três”, disse ele.

Apesar da correria, ele contou que toda a organização foi muito tranquila, pois as três noivas entravam rápido num consenso, em todas as escolhas para a cerimônia e a festa. “Foram noivas muito parceiras. E apesar de estarem casando juntas, a gente queria exatamente que cada uma tivesse a sensação de que fosse o seu casamento. Muitos detalhes foram pensados individualmente para cada uma, como a decoração, as músicas, a dança, personalizado ao gosto pessoal de cada uma”, contou Rodrigo.

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Padre “importado”

A família das noivas é moradora do distrito de Pedra Chata, no município de Guaraqueçaba, no litoral do Paraná. Suelen e Araceli vieram primeiro morar em Curitiba, para trabalhar e estudar. Depois veio Even e as três passaram a morar na capital. O padre que celebrou a cerimônia, Luiz Carlos, era o pároco na igreja em Guaraqueçaba e realizou vários sacramentos para a família, como batizados, primeira comunhão, casamentos, além de ter sempre a família nas missas semanais. Anos depois, quando as meninas já estavam em Curitiba, o padre também foi transferido, mas para Araucária, onde está até hoje. Mas não se demorou em aceitar o convite de casar as meninas em Curitiba, na Igreja dos Capuchinhos.

Sobre o autor

Giselle Ulbrich

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