Curitiba

Doce virada! Pedagoga e engenheiro mudam de vida vendendo chocolate

Escrito por Lucas Sarzi

Uma pedagoga e um engenheiro civil, mas que se deram bem mesmo vendendo chocolate. Lá atrás, se alguém contasse a eles como suas vidas se transformariam, talvez não acreditassem. Mas foi exatamente assim que Alyne e Gustavo Bill mudaram completamente até mesmo seu jeito de pensar e hoje em dia eles, que já chegaram a produzir doces para vender, vendem chocolate para quem faz os doces. O que os ajudou? O whatsapp e a percepção crítica sobre a oferta de um produto que antes não era tão fácil de ser encontrado na cidade.

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Quando começou com o negócio, a empresa Feito Chocolate tinha uma ideia um pouco diferente do que Alyne faz hoje. “Nós compramos a marca de três pessoas que faziam doces para eventos. Acontece que quando começamos a ver quais eram as orientações para a produção destes doces, descobrimos que era um chocolate específico que deveria ser usado e encontrar essa marca em Curitiba era muito difícil. Tinha uma única loja que revendia, mas nem sempre tinham todos os produtos que precisávamos”, explicou a empreendedora.

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A marca de chocolate que Alyne citou é a Callebaut, uma empresa de chocolates da Bélgica que é responsável pela produção de boa parte do produto no mundo. Percebendo essa dificuldade em encontrar o chocolate em Curitiba, Alyne e o marido começaram a pensar além. “Nós começamos a procurar sobre o produto, entendemos o quanto ele era especial e vimos que tinha uma falha na revenda e que podíamos melhorar isso”.

Usando o próprio apartamento do casal, Alyne e Gustavo começaram a comprar, direto da indústria belga, o chocolate para revender. Com a ajuda do whatsapp, a empreendedora começou a fazer contatos com microempreendedores, que usavam o chocolate em suas produções e que precisavam do produto, e aos poucos viu o negócio crescer. “O contato sempre foi feito pelo whatsapp. Tanto que se tornou até necessário que criássemos uma conta específica para a parte profissional”, explicou Alyne.

Cresceu demais!

Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná
Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná

Enquanto revendia o chocolate aos pequenos produtores que precisavam, Alyne ainda produzia os doces para eventos, mas chegou ao limite. “Percebemos que já não tínhamos mais tempo. A ideia era até continuar por mais um ano com a produção, mas não deu. Além disso, o apartamento já estava pequeno para abrigar tanto chocolate, então tivemos que alugar um imóvel e montamos uma loja física”.

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Surgiu, então, a Feito Chocolate num endereço físico e com estoque grande. A partir daí, Alyne e Gustavo começaram a revender o chocolate em maior escala. “Lembro bem que nosso investimento foi de aproximadamente R$ 15 mil quando comprei a loja. Vendi uma moto que eu tinha para somar ao valor que precisávamos dar. Nossa ideia era que usássemos a loja como uma fonte de renda extra, mas hoje em dia o nosso negócio se tornou a nossa renda principal e única”.

Aos poucos, a empresa de Alyne e Gustavo cresceu e se tornou tão conhecida entre os produtores dos doces, que o casal passou de atender somente os microempreendedores, para atendimentos a grandes profissionais. Em 2018, por exemplo, a Feito Chocolate vendeu mais de 15 toneladas de chocolate e isso rendeu um faturamento de R$ 4,2 milhões. O esperado é que o número aumente 20% neste ano.

Negócios em alta

Com o sucesso da loja em Curitiba, Aline e marido planejam abrir uma filial em Londrina no segundo semestre deste ano. Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná
Com o sucesso da loja em Curitiba, Alyne e marido planejam abrir uma filial em Londrina no segundo semestre deste ano. Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná

A loja em Curitiba, que fica no bairro Portão, atende não só a capital paranaense, como também Maringá e Londrina, no interior do Paraná, e algumas cidades de Santa Catarina. “A procura pelo chocolate se tornou tão grande, que nós montamos uma verdadeira equipe para os atendimentos. Tudo sempre continua sendo feito basicamente pelo whatsapp, mas tivemos que contratar gente para que este serviço não ficasse prejudicado”, explicou Alyne.

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Além da loja de Curitiba, o casal de empreendedores foi além: vão abrir uma nova loja em Londrina até o segundo semestre deste ano. “Isso porque a demanda que vem do interior do Estado é muito grande. Por isso, abrindo uma loja lá, conseguimos atender até mesmo mais cidades da região e mais gente vai ser beneficiada”, avaliou a empresária, que viu na expansão do negócio uma realização ainda maior. “É aí que a gente percebe o quanto aquela ideia lá atrás foi longe”.

Atendimento personalizado

Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná
Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná

Hoje em dia, a Feito Chocolate revende praticamente todos os sabores e variações de chocolate da Callebaut. Junto disso, por ter trabalhado na produção dos doces, Alyne sabe bem quais são as principais dificuldades de quem mexe com o chocolate e optou por fazer um atendimento personalizado aos clientes. “Essa mesma conversa que estou tendo com você, explicando sobre cada chocolate, nós procuramos ter com nossos clientes. Principalmente porque gostamos de mostrar como pode ser melhor aproveitado o chocolate e fazer com que a pessoa saia satisfeita com o que ela vai produzir”.

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Fora a revenda do chocolate, com um atendimento pessoal, Alyne e Gustavo mais uma vez perceberam que poderiam ir além: montaram, no andar de cima da Feito Chocolate, uma cozinha para fazer aulas práticas. “Aqui, uma vez por mês temos aula com um culinarista da Callebaut, que explica em detalhes sobre o chocolate, mas também temos vários outros tipos de cursos, que buscam realmente tirar as dúvidas de quem vai produzir os doces”.

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Além de ensinar os microempreendedores a manusear, misturar e preparar o chocolate que vai ser entregue aos clientes, o casal também tenta passar a essas pessoas um ideal diferente: o de como fazer com que o negócio dê certo. “Porque muita gente acha que é só produzir algo gostoso e bonito, mas não é só isso que precisa ser feito. A empresa em si precisa ser saudável financeiramente também, com rendimento, se não o empreendedor afunda. É isso que nós buscamos passar e ensinar, como se fosse uma consultoria mesmo”.

Como fazer contato?

A Feito Chocolate cresceu e, com a procura dos clientes, tem se tornado até mesmo referência em Curitiba. Apesar disso, Alyne e Gustavo mantêm suas origens: o whatsapp. O aplicativo, que os ajudou, e muito, quando precisavam propagar a oferta do chocolate, continua sendo o principal canal de comunicação para contato com os empreendedores. O telefone da Feito Chocolate é o (41) 99695-6072. A empresa também está no Facebook e no Instagram.

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Sobre o autor

Lucas Sarzi

Jornalista formado pelo UniBrasil e que, além de contar boas histórias, não tem preconceito: se atreve a escrever sobre praticamente todos os assuntos.

(41) 9683-9504