Curitiba

Fim de ano nem sempre é de festa. Para alguns, é tempo de tristeza sazonal

Imagem ilustrativa. Foto: Reprodução
Escrito por Maria Luiza Piccoli

Pesquisa mostra que aumenta muito o número de atendimentos psiquiátricos nesta época do ano

Você até “enfrentou” o Natal com um sorriso. Passou pelas redes sociais sem prestar muita atenção e, na medida do possível, conseguiu achar uma ou outra razão para se alegrar na data. Tomando fôlego, você se prepara para o Ano Novo pensando: “acaba logo, por favor”.

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Muita gente não entende, já que a época de festas é para boa parte da população um período de grande alegria. Nem sempre. Segundo estudo realizado por pesquisadores da área de psiquiatria da universidade americana de Duke, o período pós-festas costuma ser o campeão de atendimentos emergenciais nas alas psiquiátricas. A pesquisa, divulgada recentemente pelo jornal britânico The Guardian, revelou que, em comparação ao mês de dezembro, o número de atendimentos num hospital local da Carolina do Norte chegou a dobrar logo nos primeiros dias de janeiro, por um período de 7 anos.

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Se você é desses que na época de festas se sente como um peixe fora d’água, e costuma ficar “mais pra baixo que pra cima” durante as celebrações de fim de ano, saiba que não está sozinho. Para te ajudar a “sobreviver” às festas, a Tribuna conversou com a psicóloga clínica, educacional e especialista em logoterapia, Sheila Maria Hesketh Rabuske, que explicou que ficar “down” nessa época do ano é mais comum do que se imagina e que, como para tudo na vida, sempre há um jeito.

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Chamadas “depressões sazonais” as “bads” de fim de ano são, segundo a especialista, resultado da somatória de alguns fatores que incluem redes sociais, reflexões pessoais, a mídia e uma tendência natural ao ser humano de pensar sempre naquilo que lhe falta. “Recheadas com questões de convivência, laços, vínculos familiares e questionamentos acerca da vida, as datas comemorativas têm o poder de mexer com nosso íntimo. Somado a isso, o fato do comércio enfatizar a obrigação das pessoas se sentirem felizes e completas durante esse período, leva muita gente a se sentir infeliz ao perceber que não se enquadra nesse padrão, levando em conta aquilo que falta e deixando de agradecer pelo que já se tem”, explica.

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Segundo a psicóloga, é quase como se, para alguns, o período gerasse um sentimento quase de ingratidão. “O ser humano já tem essa tendência de focar naquilo que não tem. Aí a pessoa assiste à televisão ou abre as redes sociais e vê todo o mundo ‘feliz’ e ‘completo’. Essa relação tóxica com as mídias onde só é mostrado o que é bom e bonito gera uma infelicidade crônica. Um vazio existencial que fica mais evidenciado, fazendo com que as pessoas não enxerguem o valor daquilo que conquistaram”, diz.

Dicas para não se afundar

Mas afinal, como identificar e diferenciar o vazio existencial de uma depressão? De acordo com a especialista, ambos possuem sintomas muito semelhantes como palpitações, inquietude, sentimentos negativos e uma sensação de “caos total”. O que vai diferenciar um do outro, no entanto, é a duração desses sintomas. “Se for algo passageiro, a angústia tende a diminuir logo ao fim do período de festas. Na depressão é como se a pessoa fosse mergulhando naquela tristeza até se tornar prisioneira daqueles sentimentos. É quase como se a depressão tivesse a pessoa e não o contrário”, alerta.

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Se identificou? Para te dar uma mãozinha e ajudar a passar numa boa pelas próximas semanas, a psicóloga separou algumas dicas valiosas. Confira:

Foto: Reprodução
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1 – Não se puna

Se você não se sente feliz nessa época do ano, tudo bem. Não se sinta obrigado a ficar feliz e nem se puna caso não consiga sentir alegria. Muita gente se sabota, se obrigando a ficar feliz, mas isso não funciona. Ao invés disso, faça uma reflexão íntima e pergunte o que lhe faria sentido nessa data. Com base naquilo que considere mais agradável para você, busque formas de passar por esses dias fazendo exatamente aquilo que gosta. Se prefere ficar em casa e assistir uma série, ler um livro ou caminhar sozinho, faça isso. Já que é tempo de “felicidade”, busque o sentido disso para você e, na medida do possível, pratique.

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2 – Faça o bem sem olhar a quem

Uma ação que normalmente traz o sentimento de felicidade quase que instantaneamente é fazer o bem a outras pessoas. Ao invés de ficar se perguntando o porquê de estar infeliz, tente alegrar alguém. Cumprimente um desconhecido, ligue para alguém que não conversa há muito tempo e, se não há tempo para engajamento social, compre um presentinho para o porteiro do seu prédio ou alguém que faça parte do seu dia a dia. Faça alguém feliz.

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3 – Procure boas companhias

Cerque-se de pessoas agradáveis, cujo humor te deixe “pra cima” e não o contrário. Busque companhias que te ajudem a passar as festas com alegria, de forma a voltar para casa com bons sentimentos.

4 – Celebre o que você já tem

Se você não encontra motivos para festejar, celebre a data celebrando aquilo que você já conquistou na sua vida. Faça uma lista com as coisas que você possui, materiais ou não, e agradeça por elas. Você vai ver que existem muitas razões para se sentir grato.

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5 – Fuja da rotina

Busque algo inusitado, diferente do que você costuma fazer. Quebre a regra da tristeza e do vazio com algo inusitado que lhe surpreenda. Prepare uma comida diferente, tome um banho de banheira, se presenteie. Não precisa ser algo caro ou concreto. Basta buscar algo que você gosta de fazer. Se nem assim dá vontade de sair de casa, vista um pijama limpo, que seja. Procure se agradar.

6 – Liberte-se das redes sociais

Se acessar os perfis alheios te deixa pra baixo, vale fazer um regime de redes sociais nessa época. Não procure saber o que os outros estão fazendo. Lembre que a vida tem três características: ela é transitória, imprevisível e finita. Aceite que as imprevisibilidades fazem parte, porém que tudo passa.

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