Curitiba

Doce olímpico

Apaixonada por esportes desde criança, a estudante de engenharia eletrônica Aline Scremin, 23 anos, sempre teve um sonho em sua vida: participar das Olimpíadas. “Pratiquei ginástica rítmica dos sete aos quinze anos, depois fui para o atletismo e, por alguns anos, alternei os dois esportes. Gosto de tudo, assisto desde futebol aos jogos de inverno. E meu maior sonho é participar das Olimpíadas, mas como não consegui alcançar esta meta enquanto atleta, passei a desejar estar lá de alguma outra forma”, conta.

Para poder vivenciar as emoções que envolvem as Olimpíadas, Aline, que já foi voluntária durante a Copa do Mundo em 2014, se cadastrou para os Jogos Olímpicos 2016, de 5 a 21 de agosto deste ano, no Rio de Janeiro. Concorrendo a uma das 45 mil vagas de voluntários, Aline foi aceita e a partir daí começava outro desafio: o de conseguir dinheiro suficiente para pagar a viagem, hospedagem, alimentação, transporte e demais despesas no período em que estiver na capital carioca.

Aline faz brigadeiro para conseguir ir ao Rio de Janeiro.
Aline faz brigadeiro para conseguir ir ao Rio de Janeiro.

Sem estágio desde o segundo semestre de 2015, a falta de recursos passou a ser uma barreira entre Aline e seu ideal. Sem cogitar desistir, ela pensou até encontrar uma solução, e a resposta veio por meio de um talento antigo, de um dom culinário elogiado por seus amigos e familiares: o de fazer brigadeiros. Decidida, Aline pesquisou valores, tamanhos e outras receitas e decidiu produzir brigadeiros, beijinhos, docinho de paçoca, bicho de pé e zura (uma mistura de beijinho com brigadeiro) para vender na faculdade, no horário do almoço e no intervalo de suas aulas, em um projeto que foi batizado por ela como “Doce Olímpico”.

“Meu brigadeiro sempre fez sucesso. Uma amiga chegou a pedir o doce como presente de aniversário. Mas eu fazia aquele de panela, nunca tinha enrolado, por isso tive que pesquisar antes de começar a vender. Também criei uma página no Facebook, para divulgar os doces e minha intenção de ir para as Olimpíadas. Felizmente, as pessoas gostaram dos docinhos e da ideia. No primeiro dia, em menos de uma hora, vendi os 20 brigadeiros que tinha levado pra faculdade”, relata.

Sonhando com os ídolos

Foto: Felipe Rosa
Aline será voluntária nas Olimpíadas 2016. Foto: Felipe Rosa

Aline se cadastrou para ser voluntária na área esportiva. O desejo dela é estar nas quadras e ginásios do atletismo, ginástica e tênis. Mas isto ainda não foi confirmado para ela pela organização dos jogos. Pelo mesmo motivo, a jovem não sabe quando deve sair de Curitiba ou quantos dias passará no Rio de Janeiro, o que a impede de ter um orçamento fechado. “Acredito que devo gastar cerca de R$ 6 mil. Como não tenho a data, não posso comprar as passagens ou reservar o hotel, que ficam mais caros a cada dia. Ainda preciso vender mais brigadeiros para alcançar esta quantia, mas não vou desistir. Já me imagino perto do Usain Bolt ou do Novak Djokovic, meus ídolos”, declara Aline, que vende atualmente cerca de 300 docinhos por semana.

Fazendo sucesso com seus clientes, Aline ainda não sabe o que fará depois das Olimpíadas. “Não sei ainda, está muito longe, meu foco agora são as Olimpíadas. Pretendo conseguir um estágio quando voltar, mas também posso continuar com os brigadeiros”, diz.

Serviço

Foto: Felipe Rosa
Foto: Felipe Rosa

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Sobre o autor

Paula Weidlich

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