Curitiba

Dia sem ônibus

Escrito por

Usuários de ônibus de Curitiba e região metropolitana foram pegos de surpresa na manhã de ontem com a greve dos cobradores. Os principais terminais da cidade ficaram vazios no começo do dia e quem saiu de casa sem saber da paralisação teve que se virar para conseguir chegar ao trabalho ou voltar pra casa.

No Terminal Guadalupe, no Centro, alguns passageiros tentavam a todo custo obter alguma informação sobre a paralisação e conseguir algum tipo de transporte. O pedreiro Reginaldo Queiroz, de 44 anos, tinha acabado de chegar de uma viagem a Cascavel e esperava o ônibus para o bairro Borda do Campo, em São José dos Pinhais. “Não sabia de nada, cheguei aqui no terminal e quando vi tudo vazio logo percebi que tinha greve. Ainda bem que o meu irmão veio me buscar”, conta.

A estudante Jeane Aparecida da Silva também voltava de viagem quando foi surpreendida pela greve. “Vim de Santa Catarina para visitar meus pais que moram em Piraquara. Assim que eu desembarquei na rodoferroviária me avisaram da greve. Meu pai teve que vir me buscar. Se não fosse isso, estava perdida”, diz.

Ainda no Terminal Guadalupe, a técnica em enfermagem Rosana Marilda dos Santos aguardava o marido vir buscá-la para voltar pra casa. “Trabalhei a noite inteira no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul. Todos os dias a empresa nos traz até o Guadalupe com uma van e daqui vou pra São José dos Pinhais. Mas hoje cheguei aqui e descobri a greve. Sobrou para meu marido, que veio me buscar”, lamenta.

No Terminal Santa Cândida, alguns funcionários de grandes empresas da cidade aguardavam pacientemente o transporte contratado pelo patrões. “Cheguei de manhã aqui no terminal e estava tudo vazio. Daí que eu fiquei sabendo da greve. Liguei pro escritório e o chefe avisou que um ônibus particular ia nos apanhar”, afirma Fernando Yanagishi, operador de call center.

Carlos Eduardo Machado, que também trabalha num call center, reclamou dos preços abusivos dos taxistas. “Tinha motorista cobrando R$ 30 a corrida fechada até o Centro. É um absurdo, porque num dia normal essa corrida é feita por no máximo R$ 20”. Segundo a Urbs, denúncia sobre cobrança abusiva, por parte de taxistas, ou outros problemas constatados nesse serviço, devem ser feitas pelo telefone 156. É importante ter sempre em mãos dados como placa, número de identificação e local e horário da ocorrência.

Cadastrados

Com a paralisação dos cobradores, a Urbs iniciou no início da manhã de ontem o cadastramento de veículos particulares para prestar o serviço emergencial de transporte público. Além de carros e vans, veículos oficiais da prefeitura também estavam sendo vistoriados para diminuir os impactos da greve na capital.

De acordo com Urbs, até o início da tarde de ontem cerca de 250 veículos tinham sido autorizados para realizar o transporte alternativo. Todos os veículos passaram por uma vistoria e cobrando tarifa de no máximo R$ 6. Com a greve, os veículos os táxis e os veículos cadastrados pela Urbs para fazer o transporte alternativo foram autorizados pela Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) a circular pelas canaletas dos ônibus.

Comente aqui.

– Como você fez pra se locomover durante a greve dos ônibus?

– Os trabalhadores têm razão em promover mais uma paralisação?

– O que poderia ser feito pra diminuir os transtornos à população?

Sobre o autor

(41) 9683-9504