Curitiba Piraquara

Conheça a lenda do ‘Baile do Pato’, tradicional festa de Piraquara que está pra acabar

A notícia de que o tradicional Baile do Pato, realizado periodicamente na cidade de Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, vai acabar, pegou todo mundo de surpresa. Dos “pés de valsa” que costumavam a riscar o salão nas festas que varavam a madrugada, até os simpatizantes que já foram até lá vez ou outra, todos ficaram comovidos com a situação do local, destruído após a última chuva de granizo que caiu sob a Grande Curitiba.

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Para todos, inclusive aqueles que nunca foram dançar naquele salão, a curiosidade sobre a origem do nome Baile do Pato sempre esteve presente. Com o apoio da escritora Luciana do Rocio Mallon, especialista e “causos e lendas”, fomos atrás de conhecer a “verdadeira” (entre aspas mesmo, afinal até onde se sabe essa é mais uma das lendas contadas de avó para netinhos) do Baile do Pato.

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Lenda do Baile do Pato

“Na Idade Média, num lugar onde hoje fica perto da Alemanha, existia um rei mau que tinha um filho chamado Roger. Este menino era rebelde e gostava de ir às lagoas para atirar pedras nos patos. Quando ele tornou – se adolescente, quebrou uma das pernas e o seu fêmur foi substituído por um osso de ouro. Mas seu passatempo tornou – se caçar patos com arco e flecha.

Um dia, os bárbaros invadiram o castelo e mataram o rei. Nesta caravana bárbara, existia uma bruxa que ao ver Roger disse:

– Príncipe, eu poderia mata- lo. Mas como sou boazinha, transformarei você num pato, já que você maltratou tanto estas aves. Você só poderá virar homem, novamente, se uma mulher falar para você, depois de morto, a frase: “Te amo, pato!”

Deste jeito Roger transformou- se num pato.

Poucos anos depois da invasão bárbara, subiu ao trono um novo rei que gostava de comer patos e que se casou com Hildegard, a viúva do outro monarca assassinado. Assim para comemorar seu novo posto, o monarca resolveu fazer uma festa para o povo inteiro com o seu prato favorito que tratava- se do pato.

Então os funcionários do castelo caçaram estes bichos com flechas e redes. Assim Roger caiu na rede. Quando as aves foram levadas ao abate, Roger começou a espernear e a ter convulsões. Até que uma serviçal disse:

– Este animal deve estar possuído pelas forças das trevas!

– Jogarei água benta nele.

Após a moça jogar o líquido sagrado neste bicho, ele desmaiou e foi abatido. No meio do baile, Roger foi colocado assado na mesa de uma linda jovem chamada Ingrid. Quando ela foi devorar a perna do pato, notou que havia um osso de ouro, ficou feliz e exclamou:

– Te amo, pato!

De repente, o bicho assado transformou- se num homem bem vivo, porém sem uma das pernas. Desta maneira a rainha Hildegard exclamou:

– Este é o meu filho Roger! Por isto este dia deve entrar para a História! Portanto, sempre nesta data realizaremos este Baile do Pato.

Após estas palavras a rainha abraçou seu filho. A tradição do Baile do Pato chegou ao Brasil com os imigrantes alemães. Reza a lenda que o espírito de Roger, ás vezes, coloca ouro escondido na perna de um pato assado e quem encontrar este tesouro terá prosperidade para a vida inteira.

Minha vó conta que, nos anos 50, ela foi ao Baile do Pato num clube em Curitiba. Lá um moço com roupas medievais entrou no meio da festa e dançou com todas as mulheres. Porém, quando deu meia- noite, ele saiu correndo. Por isto, uma de suas amigas foi atrás do moço. O problema é que ela não viu sinal do rapaz. Porém encontrou um pato, sem uma das pernas, na escadaria que desapareceu na frente dos seus olhos.”

Do livro Lendas Curitibanas, de Luciana do Rocio Mallon.

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Sobre o autor

Eduardo Luiz Klisiewicz

Jornalista desde 2003, já foi repórter de jornal, site, rádio e TV, além de editor e comunicador. É coordenador de conteúdo das Tribuna desde 2017

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