Curitiba

Conexão na palma da mão

Escrito por Giselle Ulbrich

Hoje em dia, é difícil encontrar alguém que não acesse a internet pelo celular, seja para mandar uma simples mensagem ou usar redes sociais, até acessar e-mails, arquivos em nuvem ou pagar contas. Pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou que, pela primeira vez, o acesso à internet no celular ultrapassou o acesso via computador no país.

O bancário Rodrigo Frantz, 32 anos, praticamente não acessa mais a internet pelo computador que tem em casa, pois o equipamento tornou-se obsoleto e ele decidiu nem comprar outro, já que consegue resolver tudo da vida particular pelo celular. Só no trabalho usa a internet pelo computador, já que a empresa oferece o equipamento para trabalho. Rodrigo conta que usa a internet no celular para comunicação e jogos. E um quarto deste uso tem objetivo profissional, principalmente para se comunicar com os colegas e clientes ou acessar e-mails.

A copeira Sandra de Andrade, 36, não tem tanta diversidade de uso quanto Rodrigo. Mas troca muitas mensagens, principalmente via WhatsApp, com os amigos. Ela paga R$ 0,99 por dia para acessar o aplicativo à vontade e ainda tem direito a 50 MB de internet. Quando não tem créditos no celular, sai procurando um ponto de wi-fi. E já mapeou várias redes gratuitas e abertas no Centro de Curitiba.

Redes antissociais

A internet no celular “aproxima quem está longe e afasta quem está perto”, comenta o estagiário de design gráfico Axel Micael, 21, que usa a internet no celular para tudo, seja no âmbito pessoal ou profissional. Ele conta que a conexão pelo aparelho tem seu lado bom e ruim. É mais rápido e fácil de localizar as pessoas e se comunicar com elas, principalmente as que estão longe. “Mas numa festa de amigos, por exemplo, as festas ficaram sem graça, porque a música está lá rolando e está todo mundo sentando no sofá mexendo no celular, isoladamente”, lamenta o rapaz, flagrado pela reportagem andando na calçada, sem tirar os olhos do WhatsApp.

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Pra que voz?

Foto: Felipe Rosa
Daqui há cinco anos, mais de 80% das pessoas estarão acessando a internet através dos dispositivos móveis. Foto: Felipe Rosa

“As pessoas não precisam mais ir ao computador fazer algo. O computador vai com você”, avalia o empresário e consultor em tecnologia Eduardo Guy de Manuel, referindo-se aos smartphones. Hoje os celulares são computadores completos e pode-se resolver muita coisa com eles. E com as redes de internet mais velozes, com custos caindo, e a facilidade de comunicação trazida pelos aplicativos, as pessoas passaram a utilizar mais a internet no celular.

Eduardo acredita que, nos próximos quatro ou cinco anos, 80 a 90% das pessoas estarão acessando a internet através dos dispositivos móveis (celular, tablet, etc.). Em alguns países, diz ele, pensa-se até em desativar a rede de voz (para ligações telefônicas), já que com a internet no celular é possível se comunicar de forma muito mais barata através de vários aplicativos como Skype, WhatsApp, etc. “É mais caro eu fazer uma ligação comum pelo celular, para um telefone daqui mesmo, do que uma ligação via Skype pro Japão”, analisou.

A convergência digital (integração de várias mídias num único ambiente ou aparelho) e as telas (dos celulares, tables t TVs) cada vez maiores estão tornando as pessoas capazes de fazer muito mais coisas. Este é um dos motivos que tem tornado o acesso à internet pelo celular tão popular, na avaliação do consultor.

Banda larga

Foto: Felipe Rosa
Foto: Felipe Rosa

Para conectar a internet no celular, geralmente as pessoas utilizam uma rede wi-fi (banda larga fixa), ou um pacote de dados no celular com tecnologia 3G ou 4G (banda larga móvel). A pesquisa do IBGE apontou que apenas 0,8% dos domicílios brasileiros possuem a velha conexão discada, enquanto 99,2% se conectam via banda larga. A banda larga fixa não teve um crescimento muito expressivo de um ano a outro. Já a banda larga móvel (no celular), cresceu 19,3% de um ano a outro: estava em 43,5% dos celulares em 2013 e saltou para 62,8% dos celulares no ano seguinte.

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