Curitiba

Claiton mudou de vida e voltou pra casa após 30 anos, mas não consegue mais sorrir pois perdeu os dentes; bora ajudar?

Escrito por Gustavo Marques

“ O dependente químico precisa ser abraçado pela sociedade de uma maneira diferente”, assim definiu um ex-morador em situação de rua que está recuperado e servindo aos outros no trabalho. Claiton Fernandes de Oliveira, 44 anos, ficou por 30 anos rodando por avenidas em vários estados do Brasil e tem um sonho que não está não distante assim – refazer todos os dentes que foram prejudicados ao longo do tempo.

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Claiton nasceu na cidade de Xaxim, no Oeste de Santa Catarina, mas há 35 anos, a família veio morar em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Na adolescência, teve o primeiro contato com a droga e demorou para largar. “No começo a gente pensa que não vai acontecer nada. Um cigarro, uma bebida e um baseado não vai prejudicar ninguém. É aí que a gente se engana e vai utilizando coisas mais pesadas. São influencias erradas na hora errada”, disse Claiton.

Com a dependência química, o jovem foi deixando a família de lado e decidiu seguir para as ruas. Foi morar ao relento para consumir drogas e na cabeça tinha em mente que aquilo era o melhor a se fazer com o objetivo de preservar as pessoas mais próximas. Andou por cidades do Pará, Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Maranhão, e já consumindo o crack, uma das drogas mais destruidoras ao organismo.

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“Muitas pessoas buscavam ajudar nesse caminho, mas os conselhos ficavam no lado obscuro. Não é algo simples e rápido para quem está nesse mundo. A ajuda precisa sair da gente, em primeiro lugar, para se recuperar. É uma questão de escolha e só quem passou pelo problema tem noção. Viver isso na pele é muito triste e difícil”, afirmou Claiton.

A virada da chave

Depois de praticamente 30 anos tendo a droga como companhia, Claiton procurou ajuda na comunidade terapêutica Nossa Senhora de Fátima, no município de São Marcos, no Rio Grande do Sul.  O tratamento durou praticamente seis meses e de lá, saiu completamente “limpo”. “Lá abriu a minha mente e o tratamento fez efeito. Eu estava quase morrendo, em um estado deplorável de vida. Quando saí, percebi que precisava estar perto da minha família e que não seria fugindo deles que eu poderia mudar. Graças a Deus, eles abriram a porta novamente da casa e sou outra pessoa”, reforçou Claiton.

Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná

Com a recuperação em dia, partiu arrumar um trabalho e ajudar nas despesas de casa. Claiton reside com mais quatro pessoas (mãe, a irmão, o cunhado e o sobrinho), no bairro Barro Preto. Conseguiu oportunidade como garçom no Dulce Restaurante, na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais. “Sou profissional e tenho orgulho demais do meu trabalho e quero crescer ainda mais. Gosto demais de cozinha e ainda quero fazer um curso de chef. O servir as pessoas é gratificante e agradeço sempre pelo emprego. Não é fácil dar oportunidade para alguém que foi dependente químico e só tenho a agradecer”, relatou Claiton.

O sonho

Talvez para algumas pessoas, não ter a dentição correta não venha a ser algum problema. No entanto, a falta de dentes ou mesmo outro tipo de irregularidade causa transtornos diários. A baixa autoestima fica presente e atrapalha no trabalho, no relacionamento e pode causar doenças. No período em que morava nas ruas e sofria pela abstinência das drogas, Claiton teve seus dentes foram prejudicados.

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“Eu sofria de bruxismo, pois ficava rangendo os dentes nos momentos de estresse e nervosismo. Sofro muitas dores na boca e preciso de um tratamento completo. Minha mastigação é errada e sofro demais. Sinto que minha mandíbula não está conectada. Ficaria muito grato caso alguém possa ajudar e meu sorriso voltaria”, confessou Claiton.

Para ajudar

Quem quiser auxiliar no tratamento, pode entrar em contato com o Claiton pelo telefone (41) 99159-4730.

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Sobre o autor

Gustavo Marques

(41) 9683-9504